Draymond Green, jogador do Warriors, pode acabar com a dinastia do... próprio Warriors - entenda!
O Golden State Warriors vinha em uma sequência feroz no final do jogo de segunda-feira contra o Clippers em Los Angeles. Fez 11 pontos seguidos, viu o rival Lou Williams errar o arremesso a cinco segundos do fim, tinha a bola para ganhar o jogo mas aí…
Aí e maionese do Warriors desandou. Draymond Green, certamente o jogador mais verborrágico do elenco ("a alma do vestiário", como define o técnico Steve Kerr), pegou o rebote, viu Kevin Durant e Klay Thompson, os dois melhores chutadores da equipe em quadra, pedindo a bola, não passou pra ninguém, escorregou, perdeu a pelota, o tempo encerrou e o jogo foi pra prorrogação com os 106 dos dois times no placar.
Seria um erro teoricamente normal, de afobação de Green, mas o caldo entornou quando, na ida para o banco de reservas, o camisa 23 proferiu impropérios absurdos para Kevin Durant, que o questionava sobre o fato dele, Green, não ter passado a bola pra ninguém. Green o chamou de bitch ("p…uta"), disse que Durant já está pensando no verão de 2019, quando será agente-livre, e afirmou que quem mandava ali era ele mesmo. Coisa fina…
Klay Thompson balançou a cabeça em desacordo, o MALUCO do DeMarcus Cousins teve que separar Green do bolo pra evitar briga, Andre Iguodala tirou Kevin Durant de lado e na prorrogação, claro, um cambaleante Warriors perdeu do Clippers por 121-116. Seria o fim da história, mas não terminou na quadra.
No vestiário mais discussão, e tome discussão. Em voz alta, altíssima. Só se ouvia a de Draymond Green no Staples Center gritando com todo mundo. Fontes da ESPN informam, ainda, que Durant teve que ser contido para não agredir seu companheiro e o clima só não ficou mais pesado porque retiraram os dois do local – cada um por uma porta. Kerr, o técnico, atônito, não sabia o que fazer e conversava com Bob Myers, o gerente-geral.
O Warriors, atual bicampeão, grande favorito ao título em 2019 e com a ótima campanha de 11-3, poderia ter terminado a noite já em crise, mas decidiu suspender Draymond Green do jogo desta terça-feira contra o Atlanta Hawks em casa. O motivo alegado singelamente no release da assessoria da franquia? "Conduta desrespeitosa em relação ao restante da equipe". Raríssimo um time fazer isso quando o caso é uma discussão de vestiário, mas aparentemente o rapaz cruzou várias linhas éticas.
E então como ficamos? Objetivamente pode ser que a direção do Warriors tenha colocado panos quentes, que os caras decidam esquecer o que aconteceu, que Durant e Green apareçam nas redes sociais se abraçando e se beijando, e que o elenco consiga contornar a situação. É possível e até certo ponto provável.
Mas pode ser que o caldo tenha entornado acima do esperado – lembremos que são egos gigantescos envolvidos. E aí em uma NBA com cada vez menos rivais capazes de bater o Golden State (o Houston está muito mal, o Boston ainda não se encaixou e o Sixers contratou Jimmy Butler para tentar seu salto de qualidade…) não é exagero dizer que a única peça que pode tirar o tricampeonato do Warriors é… Draymond Green, ala da própria franquia, justamente pelo mal que ele pode causar em um vestiário que está a ponto de rachar.
Um pouco mais de pimenta (perdão do trocadilho) verde de Green neste vestiário que já está incendiado e eu sinceramente não sei o que pode acontecer com o Warriors. Steve Kerr, o técnico, e Bob Myers, o gerente-geral, sempre deram muita liberdade para seus atletas se exporem, terem voz ativa. Aparentemente, porém, o camisa 23 ultrapassou os limites do aceitável.
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