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Bala na Cesta

Na surpreendente troca entre Wolves e Sixers, quem saiu ganhando?

Fábio Balassiano

11/11/2018 05h00

HANNAH FOSLIEN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

A tão esperada troca envolvendo (essa mala chamada) Jimmy Butler acabou acontecendo neste sábado. E de forma surpreendente, já que seu destino não estava entre os mais comentados. O Minnesota Timberwolves acabou concordando em transferir o ala, que havia solicitado a sua saída do time logo na pré-temporada, para o Philadelphia 76ers por um pacote até certo ponto bem difícil de desvendar para os dois lados.

O Sixers envia para Minnesota dois titulares (Dario Saric, ala-pivô, e Robert Covington, ala), além Jerryd Bayless e o pick de segunda rodada de 2022. Recebe apenas Jimmy Butler e o inexpressivo Justin Patton. Sem querer ficar em cima do muro, eu não sei se tem alguém que sai ganhando muito em relação ao outro nessa troca, não. Parece haver um equilíbrio bem grande nas duas esferas.

Do lado do Minnesota é muito óbvio que algo precisava ser feito. Butler disse antes da temporada começar que não queria ficar por lá, chamou meio mundo do elenco de "soft" (algo como "banana"…) pra baixo, a franquia meio que fez ouvido de mercador pra ver se a situação se ajustava, mas as cinco derrotas consecutivas abriram as feridas do Wolves e não teve muito jeito. Ao invés de um pacote pequeno, cheio de contratos ruins ou veteranos sem expressão, a equipe recebe dois jovens (Saric tem 24 anos; Covington, 27) que podem ser titulares logo de cara e mantêm as esperanças de jogar os playoffs. Em um cenário possível, o time titular ficaria com Jeff Teague, Andrew Wiggins, Robert Covington, Dario Saric e Karl-Anthony Towns, com Derrick Rose e Taj Gibson comandando o banco de reservas (algo bem razoável, vamos combinar).

As dúvidas que ficam para as bandas de Minnesota, porém, continuam as mesmas: Tom Thibodeau é mesmo o técnico ideal nesta NBA que só faz atacar e cujos craques são cada vez mais bibelôs mimados (Butler é um exemplo claro, embora tenha gente que não o considere craque – o que é justo…). E a principal de todas é se Karl Anthony-Towns, que acabou ganhando a queda de braço interna contra Butler, seu desafeto, é mesmo o jogador-franquia que o Wolves espera dele. Não custa lembrar que as médias de KAT (19 pontos e 10,5 rebotes) são as menores desde a temporada de calouro três anos atrás.

ANDY LYONS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

A ação do Sixers é compreensível, sobretudo pelo errático começo de temporada 2018/2019 na NBA (8-5 mas um basquete bem abaixo do que se esperava). O mais difícil na NBA é conseguir estrelas, e o Phila agora tem três. O armador Ben Simmons, o pivô Joel Embiid e Jimmy Butler. Mais que isso: sem LeBron James no Leste, a franquia sabe que vencer a conferência é perfeitamente possível. Adicionar um All-Star pode ter sido a cartada certeira de Elton Brand, o novo gerente-geral, para o jovem elenco do 76ers dar seu próximo passo.

Os problemas, no entanto, são: com as saídas de Saric e Covington as alas ficam completamente desbalanceadas – sobretudo a posição quatro, a que era ocupada pelo croata; existe um começo de tratativa para renovar com Butler, mas na real da real seu contrato se encerra ao final da temporada e se ele quiser pode sair e deixar o Sixers a ver navios; e o mais importante: como será o clima no vestiário com ele? Todo mundo sabe como ele tratou os jovens do Wolves. O elenco do 76ers não é tão experiente assim e não sei se gostará de ser demandado como Jimmy gosta de fazer desde seus tempos de Chicago.

É difícil falar pois a transferência nem foi oficializada pela NBA (será na segunda-feira após os exames médicos) e nem partida os times fizeram com suas peças. Mas olhando rápido me parece que os dois times se deram bem na medida do possível. O Minnesota ia perder os cabelos e Jimmy Butler. Conseguiu minimamente dois jogadores bons, jovens e não tão caros assim. O Sixers, por sua vez, adiciona um All-Star pra brigar pelo título da conferência já em 2019.

Concordam comigo ou não?

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