Saída de Caxias do Sul é ruim para o NBB, mas rotatividade é menor do que se imagina - veja dados!
Como coloquei aqui ontem, a Liga Nacional de Basquete anunciou os 14 times que disputarão a próxima temporada do NBB. E o nome de Caxias do Sul não está entre eles. A ausência da equipe, um dos destaques do último campeonato, gerou acalorado debate sobre a rotatividade dos times na elite do basquete nacional, papéis e responsabilidades da LNB e muito mais.
Fui pesquisar mais a fundo a respeito da rotatividade das equipes desde a fundação da Liga Nacional (2008/2009), dei uma comparada com a Superliga Masculina de vôlei (no mesmo período, claro) e abaixo estão os dados:
Equipes inscritas nos últimos 10 anos, a partir da temporada 2008/2009:
NBB: 26
Superliga: 35
Equipes que fecharam as portas:
NBB: 9
Superliga: 23
Equipes ativas até 2017/2018 na divisão de elite
NBB: 15
Superliga: 12
Equipes que disputaram a temporada 2008/2009 e ainda estão ativas:
NBB: 6
Superliga: 2
Das equipes que disputaram o último campeonato (NBB 15 equipes, Superliga 12 equipes) a média de anos de participação é de:
NBB: 6,8 anos
Superliga: 5,8 anos
Média de duração de todas as equipes de cada Liga (NBB 27 equipes; SL 35 equipes)
NBB: 5,5 anos
Superliga: 3,8 anos
A conclusão óbvia é que falamos de esportes olímpicos, ou seja, com 10%, 20% da verba e da atenção destinadas ao futebol. Isso castiga, faz com que o número de equipes dê uma mexida grande mesmo ao longo do tempo, mas está bem óbvia a solidez do trabalho da Liga Nacional de Basquete e de seus times ao longo do tempo. Com o cenário macroeconômico terrível do nosso país, manter times profissionais de esportes não-futebol têm sido um trabalho hercúleo, não há a menor das dúvidas.
De todo modo, acho importante calibrar um pouco o olhar neste momento. É raríssimo de acontecer, mas desde a fundação da Liga Nacional ainda estão atuando no NBB Flamengo, Minas, Pinheiros, Paulistano, Bauru e Franca (se quiserem, podem colocar ainda Joinville, Brasília e São José, que saíram e retornaram agora). Se não é o ideal, e não é mesmo porque o perfeccionismo seria que TODOS os integrantes se mantivessem em atividade, temos 6 agremiações que estão em atividade profissional há exatamente uma década.
Em um país com monocultura esportiva, ou ausência de cultura esportiva, como preferirem dizer, acho uma baita marca. Vale dizer que três deles já foram campeões (Flamengo, Bauru e Paulistano), numa prova de que a longevidade e o trabalho de longo prazo rendem frutos (Bauru e Paulistano são os dois campeões mais recentes).
A saída de Caxias do Sul é ruim para o NBB. Perde-se um time da região Sul do país, de uma cidade importante e cuja comunidade abraçou o time. Os números, entretanto, estão aí pra quem quiser ver e mostram que a longevidade dos times desde a fundação da Liga Nacional é muito maior do que muita gente pensa quando fala sobre o tema.
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