Topo

Bala na Cesta

As impressões do meu primeiro Jogo das Estrelas do NBB, por Felipe Souza

Fábio Balassiano

21/03/2018 14h30

* Por Felipe Souza

Sempre tive o sonho de trabalhar com o esporte que eu amo, podendo estar nos melhores jogos, vendo os melhores jogadores de perto e assistindo a história ser escrita bem em frente dos meus olhos. O basquete vem me trazendo isso. Estou vendo os melhores jogos no Rio de Janeiro in loco, craques como Marquinhos (Flamengo), David Jackson (Vasco) e Jamaal (Botafogo) arrebentarem nas quadras e, claro, tendo o prazer de ver a história do basquete brasileiro ser escrita diariamente com o ala do Flamengo, Marcelinho Machado, que vai se aposentar ao final da temporada.

E nesse último final de semana tive a oportunidade de acompanhar a maior festa do basquete nacional, o Jogo das Estrelas do Novo Basquete Brasil (NBB). Foi o meu primeiro. Para poder curtir o máximo possível, cheguei a São Paulo um dia antes da grande partida que aconteceu no Ginásio do Ibirapuera.

No sábado, a movimentação ao redor do ginásio começou cedo. Muitos parceiros do NBB fizeram suas ações para ativar as marcas. As pessoas podiam ganhar um sorvete casquinha, um brownie, comprar camisas de equipes da NBA ou até mesmo comprar a bola do evento. Mas não parou por aí. Tinha um espaço ao lado do ginásio em que você poderia acompanhar de perto alguns desafios de basquete com a transmissão da NBB Web, ver a competição do e-NBB e até mesmo tirar uma foto ao lado do cobiçado troféu do campeonato. Aproveitei bastante do lado de fora. A atmosfera do pessoal que estava lá é difícil de descrever. Havia de tudo. Pessoas que acompanham basquete, outras que só gostam do esporte e aquelas que optaram ir para o evento somente como um passeio de final de semana. Para todas essas pessoas, o evento foi incrível.

Além de todas as atividades, ainda aconteceram os treinos abertos das equipes Brasil e Mundo. Imagina que incrível você estar fazendo uma atividade do lado de fora e esbarrar com Anderson Varejão, Tyrone, Alex Garcia, Bennett, entre outros. Isso aconteceu e todos os jogadores foram receptivos, atitude que só faz aproximar cada vez mais o fã do seu ídolo. Os treinos terminaram por volta das 13 horas, mas você poderia aproveitar a tarde toda por lá. O sábado foi incrível. Pude conversar com vários atletas, treinadores e pessoas que trabalham com o basquete no Brasil. Algo que provavelmente não teria só acompanhando os jogos no Rio de Janeiro. Depois de um dia longo, à noite procurei descansar, pois o domingo seria o grande evento.

O domingo amanheceu tão quente quanto o sábado, algo tranquilo para um carioca, mas a temperatura é o que menos me preocupou quando acordei. Não pude ficar pensando muito sobre isso, fui logo para o ginásio para retirar a minha credencial de imprensa e logo cheguei ao Ibirapuera. O evento iria começar às 10:15, mas estava no ginásio às 9 horas. Pude ver toda movimentação do pessoal do lado de fora.

Foi um dos momentos mais legais. Vi as pessoas animadas, discutindo sobre quem ganharia os prêmios, mostrando as suas teorias e até explicando que estratégia que o atleta deveria seguir para conseguir um bom resultado. Situação que normalmente estou acostumado a ver em uma partida de futebol.

Quando eu entrei no Ginásio Ibirapuera era difícil não sentir que eu estava pisando em um templo do basquete brasileiro. Um ginásio monstruoso, recebendo a maior festa do basquete nacional e com um público incrível. Era certeza que o domingo seria especial. Todas as pessoas estavam vidradas em cada participante de cada um dos desafios. Era sensacional a vibração dos torcedores por cada movimento acertado nos desafios de habilidade e indescritível por cada enterrada dos atletas. Parece que tinha uma conexão entre as pessoas nas cadeiras e os atletas.

Antes de eu falar sobre o evento principal, vale a pena destacar as homenagens. Shamell ganhou um tênis comemorativo por estar em todos os Jogos das Estrelas. Quando recebeu o prêmio, boa parte do ginásio comemorou. Mas a maior homenagem do dia foi para o Marcelinho Machado. O ala do Flamengo que vai se aposentar ao final da temporada se emocionou quando ganhou um tênis personalizado de uma marca esportiva e ainda ganhou uma homenagem que todos vibraram. Simplesmente o Kobe "Black Mamba" Bryant mandou uma mensagem especial para o astro brasileiro. Foi impossível não vibrar e se emocionar junto com o Marcelinho.

Depois do desafio de habilidade e os torneios de três pontos e enterradas chegou a hora do principal evento do dia. Mesmo sendo um dia de celebração ao basquete nacional, ficou claro que tinha um pequeno clima tenso no ar. A equipe brasileira não vencia o jogo a dois anos e isso meio que incomodava. Mesmo que pareça bobo isso, o lado torcedor aumentava a cada momento que o jogo ia se desenrolando. Bem verdade, que cada lance bonito do time Mundo era comemorado.

Luiz Pires / LNB

Mas as cestas brasileiras, tinham uma comemoração especial, um sentimento diferente. Para deixar as coisas mais emocionante, a partida começou bem disputada e as duas equipes alternaram a liderança no placar diversas vezes. Porém, no segundo tempo da partida aconteceu algo que já estou acostumado a ver bastante aqui no Rio de Janeiro – o show do Marquinhos. O jogador do Flamengo voltou endiabrado para o segundo tempo, que é uma situação corriqueira no atual NBB. Com um desempenho incrível do Marquinhos e o Varejão estreando com um duplo-duplo no seu primeiro Jogo das Estrelas, a equipe do Brasil tirou a "zica" dos últimos anos e venceu a partida. Nada melhor do que fechar o evento com essa chave de ouro.

Após o término de todo o evento ainda fiquei um tempo dentro do ginásio. Era difícil sair de lá. Eu não queria que o evento acabasse e mesmo vendo os profissionais desmontando toda a estrutura, ainda restava um pingo de esperança que algo iria acontecer. No fim, nada aconteceu. Mas saí do ginásio extasiado, parecendo uma criança que acabou de comer aquele doce tão sonhado.

Então, o meu primeiro Jogo das Estrelas do NBB vai ficar na memória pro resto da minha vida e imagino que todos que puderam ir ao evento devem sentir o mesmo. Agora só me restam as boas memórias que fiz de lá e esperar o próximo.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.