Caboclo comete ato de indisciplina, Brasil perde do México e está eliminado da Copa América
Não sei se poderia haver uma noite mais bizarra / triste / trágica / catastrófica para o basquete brasileiro como a deste dia 26 de agosto de 2017 em Medellín. O time do técnico César Guidetti entrou em quadra para enfrentar o México com um time jovem, limitado e que havia sofrido para vencer a Colômbia na noite anterior. Até que começou bem, vencendo por 18-12 logo de cara, mas logo depois ruiu, caiu, tombou feio. Terminou perdendo de 99-76, e está eliminado da Copa América.
Para piorar as coisas, o clima esquentou entre Bruno Caboclo e a comissão técnica da seleção. De acordo com informações do jornalista Colin Foster, do Basquete 360 (mais aqui), o ala do Toronto Raptors foi chamado para voltar à quadra no segundo período, mas se recusou. No intervalo, foi afastado por indisciplina pelo Gerente Renato Lamas. Aparentemente ele retorna de Medellín antes mesmo da seleção fazer o seu último jogo amanhã. Para quem achou que o ápice do mundo cão da seleção foi em 2013, com derrotas para Jamaica e afins, creio que os episódios de 2017 cheguem perto – ou superem o de quatro anos atrás.
De forma bem transparente, a CBB emitiu nota há segundos acerca do tema Caboclo com a declaração do Gerente Renato Lamas: "O atleta Bruno Caboclo cometeu um ato de indisciplina, se negando a entrar em quadra quando o técnico solicitou, e, por isso, foi afastado da Seleção Brasileira. Pelos princípios que norteiam a atual gestão da Confederação Brasileira, nós não podemos permitir que nenhum atleta, cometa um ato de indisciplina desse porte vestindo a camisa da Seleção Brasileira".
Neste domingo o time encerra a sua participação na fase de classificação às 17h15 (Esporte Interativo) contra Porto Rico. O jogo parece não ter valor algum, mas tem. Caso vença, o Brasil se classifica ao Pan-Americano de 2019 em Lima, no Peru. Se perder, terminará a participação em terceiro no grupo, terá um saldo ruim (atualmente é negativo de 21) e dependerá dos resultados das outras chaves (apenas o melhor terceiro se qualifica). Para quem não sabe, a ida ao Pan é uma das "balas de prata" do Comitê Olímpico Brasileiro para com as Confederações. Não ir para a competição seria um péssimo recado inicial da nova gestão para o alto escalão do COB.
Sobre a partida em si, creio que alguns números falem muito melhor do que eu. O Brasil chutou 6/18 de três pontos, errou 11 lances-livres (16/27), desperdiçou 19 bolas, permitiu 11 rebotes ofensivos aos mexicanos, levou assombrosos 58 pontos dentro do garrafão e viu os rivais anotarem 26 pontos a partir dos erros do time de César Guidetti, técnico interino que ao que tudo indica terá apenas 3 jogos como técnico de uma seleção brasileira adulta.
A culpa está longe de ser só de César, mas confesso que esperava mais de uma equipe que se mostra apática, desorganizada e totalmente sem noção do que fazer com a bola no ataque e sem a bola para marcar os adversários.
Por fim, vale dizer que ninguém em sã consciência achava que ia ser fácil este recomeço pós-olímpico, mas quase perder da Colômbia (da Colômbia, gente!), levar 23 do México (do México, gente!), ver jogador se negando a entrar na quadra e ter duas partidas seguidas sem conseguir anotar 80 pontos são decepcionantes demais.
De todas as dúvidas, a única certeza: a CBB terá um trabalho descomunal para recolocar o seu melhor produto, a seleção brasileira, como algo atrativo para patrocinadores, torcedores, imprensa e adversários. Em suas duas primeiras competições, uma eliminação precoce com os rapazes e uma não ida para o Mundial com as meninas.
Não está fácil acompanhar o basquete brasileiro…
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