Topo

Bala na Cesta

FIBA mantém suspensão, e nova gestão da CBB sofre 1ª grande derrota

Fábio Balassiano

04/05/2017 06h00

A agonia continua. Ao contrário do que muita gente esperava, a Federação Internacional de Basketball (FIBA) anunciou ontem a manutenção da suspensão do basquete brasileiro.

Afastado de competições internacionais de seleções e de clubes desde novembro, quando a Confederação Brasileira de Basketball foi punida devido aos desmandos da gestão Carlos Nunes, o esporte nacional continuará fora destes campeonatos no mínimo até o final de julho de 2017. Nova reunião da FIBA acontecerá em 21 de junho para análise da situação da entidade máxima do basquete brasileiro.

Com a punição mantida, a FIBA tira oficialmente o Brasil dos dois Mundiais Sub-19 (masculino e feminino) e dos dois Sul-Americanos Sub-17 (masculino e feminino), "matando" duas gerações consecutivas da já combalida base do basquete brasileiro (vale lembrar que a ausência no Sul-A de 17 impede a participação dos garotos na Copa América Sub-18 de 2019 e no Mundial Sub-19 de 2020).

A Copa América adulta feminina, que classifica três seleções para o Mundial da Espanha em 2018, será realizada entre 7 e 13 de agosto na Argentina, e se a CBB conseguir retirar a suspensão até lá há chance do país participar. O mesmo pode-se dizer da Copa América Masculina (25 de agosto a 3 de setembro), com a importante ressalva que esta competição NÃO mais classifica a nada. As eliminatórias para o Mundial de 2019 começam em 23 de novembro e terminam em 25 de fevereiro de 2019 (mais informações aqui). Aqui, desde já, cabe uma explicação: haverá um sorteio com os confrontos das eliminatórias nos próximos dias, mas a FIBA já anunciou que deixará vagas em aberto (uma delas pode ser do Brasil caso a suspensão seja retirada).

Presidente eleito no começo de março para quatro anos de mandato à frente de uma CBB endividada, o empresário Guy Peixoto não tem culpa, porque de fato assumiu uma Confederação quebrada e sem credibilidade alguma, mas sofreu nesta quarta-feira o seu primeiro revés como mandatário maior do basquete brasileiro. Este é um fato que também irá dificultar a sua vida em relação a busca de novos patrocinadores (que iriam patrocinar exatamente o quê, visto que as seleções não estão jogando?).

Guy nunca escondeu que sua primeira e principal missão tão logo assumisse a Confederação era resgatar a credibilidade da entidade e, através dela, retirar a suspensão imposta pela FIBA, que fez inúmeras exigências para isso. Em menos de 60 dias de presidência ele reduziu custos, enxugou seu corpo de funcionários, contratou uma auditoria externa para verificar os oito últimos anos da CBB e em sua última cartada esteve à frente de um Workshop na semana passada na Suíça com os integrantes do alto escalão da Federação Internacional para mostrar o modelo de gestão que está sendo implantado por ele e seus diretores. Não foi o suficiente, e isso só mostra o tamanho do buraco em que se encontra a entidade máxima do basquete brasileiro, o nível de irritação da Federação Internacional para com o país devido a anos e mais anos de desmandos de Carlos Nunes (algo que Guy ainda não conseguiu "quebrar") e quão difícil será o trabalho de Peixoto e seus funcionários.

Agora resta esperar pelo que vai acontecer nos próximos dias. Serão, sem dúvida alguma, 45 dias (até o dia 21 de junho, o da nova reunião da FIBA) árduos e bem tensos para essa nova gestão da CBB. Como disse Guy Peixoto em seu pronunciamento no site da Confederação, o "legado" deixado por Carlos Nunes para ele e seu time é terrível demais.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.