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Bala na Cesta

Oscar deixa recado ao novo presidente da Confederação: 'Estou contando com você'

Fábio Balassiano

22/03/2017 13h00

No Jogo das Estrelas do NBB, a maior delas estava sentada à beira da quadra. Oscar Schmidt, recém-chegado dos Estados Unidos, onde foi homenageado pelo Brooklyn Nets, franquia que o selecionou no Draft de 1984, e atuou no Desafio das Celebridades do All-Star Game da liga norte-americana, foi aplaudido efusivamente pelo público que lotou o Ibirapuera. Visivelmente emocionado de ver o palco em que foi campeão mundial em 1979 pelo Sírio, ele conversou com o blog sobre seus últimos dias recheados de emoção e também sobre o futuro do basquete brasileiro, que será comandado por Guy Peixoto na Confederação Brasileira.

BALA NA CESTA: Quando você entra aqui no Ibirapuera lotado, um ginásio em que você conquistou o título mundial em 1979, e volta mais de 30 anos depois sendo aplaudido efusivamente por mais de 10 mil pessoas, qual o sentimento?
OSCAR SCHMIDT: É algo indescritível o que estou sentindo neste momento. É muito emocionante voltar, é muito lindo ser lembrado por um público que em sua maioria não me viu jogar e mais ainda estar ao lado de meus companheiros de tantas batalhas. O carinho dos torcedores comigo é maravilhoso. Essa festa da Liga Nacional de Basquete já é histórica e eles estão de parabéns.

BNC: O país está vivendo um novo momento com a chegada do Guy Peixoto na Confederação Brasileira. O que você espera dele como presidente da CBB?
OSCAR: É importante dizer que pela primeira vez temos um presidente que jogou basquete, que fez parte do nosso meio como atleta. Ou seja: já está melhor em relação ao que tínhamos antes. Já está bem melhor. Isso é uma honra pro basquete, ter um cara que jogou como presidente de Confederação. O povo do basquete está colocando uma pressão invisível e imensa nele. Mas o Guy sabe o que precisa fazer. E é muito fácil. É só fazer tudo ao contrário do que as últimas gestões fizeram no basquete. Só isso e vai dar certo. Os últimos momentos do basquete brasileiro, com ele suspenso pela Federação Internacional, me deixaram com vergonha. Temos que elevar o nível da modalidade urgentemente e um bom trabalho também na CBB é fundamental para isso.

BNC: Você espera contribuir de alguma forma? Indicando o técnico, não sei…
OSCAR: Já falei com ele e botei uma pressão nele. Falei pra ele: "Cara, estou contando com você para melhorar a nossa situação e espero que você cuide bem as coisas. Você sabe o que precisa fazer, sabe como proceder". Ele agradeceu, disse que irá me ligar para trocar ideias, me consultar, essas coisas. Sobre treinador, eu não quero me meter muito nisso, mas nomes como Claudio Mortari, Marcel e Guerrinha precisam estar inseridos no processo. Como eu não sei, mas precisam estar nessa nova fase.

BNC: E sua passagem pela NBA, já conseguiu processar o tamanho dos acontecimentos que você viveu em Nova Orleans, no Jogo das Estrelas, e no Brooklyn, com o Nets?
OSCAR: Ah, cara, foi uma festa linda tudo o que aconteceu lá. Nunca pensei na minha vida que fosse acontecer o que ocorreu e como ocorreu. Fizeram uma camiseta com meu nome no Brooklyn Nets, me colocaram para jogar no Desafio das Celebridades, foi um momento de ouro. Parece que fizeram o bolo e colocaram a cereja por último. Esta foi a cereja.

BNC: Depois de tantas coisas maravilhosas, que falta na sua vida?
OSCAR: Falta muita coisa. Ainda tenho muita coisa para fazer e viver. Pode anotar.

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