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Bala na Cesta

Na reunião da FIBA, o óbvio ululante - Brasil segue suspenso e esperando solução

Fábio Balassiano

04/02/2017 01h00

fiba

Quando você olha esta foto pode imaginar que a turma toda que esteve na reunião organizada pela Federação Internacional para (aparentemente) salvar o basquete brasileiro saiu com alguma solução prática do encontro desta sexta-feira em Lausanne, Suíça. Não é bem assim, não. Aqui está a solução da FIBA (em inglês o texto completo): manter a suspensão até no mínimo maio deste ano (reportagem completa do UOL aqui). Na prática mesmo a seleção feminina Sub-19 acaba sendo afetada, não jogando o Mundial da categoria que será disputado na Itália. Os grupos foram sorteados na última semana e, com a CBB suspensa, a equipe não poderá atuar.

fiba1Mas, hein, como é que é? A FIBA suspende o basquete brasileiro em 14 de novembro de 2016, os clubes acabam pagando o pato ao não jogarem a Liga das América devido única e exclusivamente a falta de competência da CBB, e três meses depois e sem NENHUMA mudança na Confederação a Federação Internacional simplesmente prorroga a suspensão? Faz uma reunião de duas, três horinhas, tira uma foto com quase 20 pessoas e fica tudo por isso mesmo? É assim que se faz mesmo? A eleição está mantida, o que do ponto de vista moral e legal (de legalidade), me parece muito bom, mas será que não valia a pena uma punição mais severa, uma reestruturação real e profunda no basquete brasileiro, uma proposta de fazer diferente a gestão do esporte profissional por aqui?

Ou será que o encontro de ontem na Suíça é simplesmente a resultante de uma tentativa frustrada dela (FIBA) em fazer a tal força-tarefa? Força-tarefa que ela, FIBA, reitera como sendo importante para o basquete brasileiro a partir de maio (pós-suspensão) e já com uma nova gestão.

Sigo achando que minha tese dita aqui anteriormente faz sentido: a tentativa inicial da Federação Internacional não deu certo devido a não concordância de Ministério do Esporte e Comitê Olímpico Brasileiro, e nesta sexta-feira a entidade máxima do basquete no planeta simplesmente lavou as suas mãos, colocando todos os elementos na mesa meio que como testemunhas. Pelo que apurei, haverá na próxima semana no Rio de Janeiro encontro envolvendo Ministério, COB e os dois candidatos da próxima eleição para alinhavar a tal força-tarefa que tanto deseja a FIBA. O esforço em conjunto teria a duração de 18 anos.

gregoNão dá pra dizer que estou decepcionado com o que ocorreu nesta sexta-feira em Lausanne porque eu realmente não esperava nada de um encontro que contém na mesma sala Grego e Carlos Nunes, mas confesso que uma ponta de esperança bateu em mim de que veria algo de mais profundo, algo mais sério, algo menos político e mais prático. Nada disso ocorreu.

Confuso, né? Sim, bastante confuso. A única certeza que tenho é que  no jogo de xadrez disputado pela FIBA, CBB e demais segmentos do esporte mundial, o único que sai perdendo é mesmo o basquete brasileiro, cada vez mais perto do fundo do poço. Perto do fundo do poço e esperando o próximo passo que será jogado na mesa do tabuleiro. Teremos mais novidades em breve? Ou não?

No final das contas, no final do jogo mesmo, dá pra cravar: o basquete é tão mais lindo quando apenas disputado na quadra, não é?

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