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Bala na Cesta

NBA Store do RJ ainda precisa de ajustes, mas é um espetáculo pra quem ama basquete

Fábio Balassiano

03/10/2016 01h00

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LojaNBA4Alguns de vocês já devem saber que sábado à tarde estive na NBA Store que abriu as portas ao público um dia antes no Barra Shopping, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (fiz um animado Facebook Live de lá inclusive).

Para quem gosta de basquete, ama NBA e sempre desejou um espaço assim para chamar de nosso é um espetáculo, espetáculo mesmo. Se o objetivo dos diretores do escritório da liga no país era que ali fosse um ponto de encontro dos fãs do esporte, dá pra dizer que o alvo foi atingido com todo louvor. Mas até por motivos bem naturais (abriu não faz uma semana) a loja, que estava MUITO cheia nos 45 minutos em que estive por lá, precisa de uma série de ajustes. Vamos lá a tudo o que vi na NBA Store:

LojaNBA31) Já estive três vezes na NBA Store dos EUA de Nova Iorque e visitei, nos dois All-Star Games que fui, espaços de venda de produtos. Posso dizer com todas as letras: a loja do Rio de Janeiro não deve em absolutamente nada às norte-americanas. Há uma variedade grande de produtos (camisa de jogo de atletas da atualidade e de lendas, blusas de malha e polo, relógios, capas de celular, canecas, bolas, tênis, almofada, boné, porta-copos, chinelo etc.), uma tabela imensa, telão gigante, área pra jogar vídeogame e decoração que só ajudam a aguçar o desejo (de compra e pelo esporte) de quem ama o esporte.

LojaNBA92) Não vou discutir aqui o preço dos produtos simplesmente porque não tenho a menor base para isso (carga tributária, custos fixos do shopping, importação etc.). Que não é um valor barato (uma camisa oficial, por exemplo, custa R$ 299 e há bonés por valores acima disso inclusive) é meio óbvio, mas vale registrar que uma camisa oficial custa praticamente a mesma coisa nas lojas oficiais nos EUA (cerca de US$ 99).

Não adianta: a NBA é um produto de desejo (e que desperta desejo), do melhor do melhor do basquete e que possui ídolos internacionais e venerados em todo planeta. Por mais alto que seja o preço, e que talvez ele (preço) seja um inibidor de vendas maiores no Brasil, me parece uma relação justa de custo/benefício entre o quanto se paga e o que se leva (de produto e valor agregado).

LojaNBA333) De todo modo, como em qualquer loja é possível dar uma olhadinha em produtos mais baratos – e produtos bons. Há camisas de malha com nomes dos jogadores e dos times com preços bem bacanas (R$ 89, 99 e 109) e blusas polo bem arrumadinhas (R$ 89). Vi também uma lindíssima em estilo meio retrô (ou Vintage como me falaram os ótimos e bem treinados vendedores) do Boston Celtics e outra do Cleveland Cavs. Na mesma arara, outra do Clippers com a logomarca nova. Um pouco mais adiante, duas sensacionais do Chicago Bulls – uma escrita o nome da franquia em vermelho e a outra com o nome do brasileiro Cristiano Felício e o seu número 6 às costas. Para quem é torcedor da equipe de Illinois, vale muito a pena.

LojaNBA404) Este é o lado bom da coisa. Mas a NBA Store precisa de alguns ajustes. Em primeiríssimo lugar, na variedade de roupas. Não havia camisa oficial de jogo, por exemplo, de um atleta sequer do tradicional Boston Celtics. Vi por lá uniformes do Cavs, Lakers (Kobe Bryant), Mavs, Spurs, Pelicans, Blazers, Wizards, Kings, Warriors, Rockets, Suns, Thunder, Wolves, Bulls (a do Derrick Rose, que já saiu do time) e Pacers. De malha, menos times ainda. Sei que é um começo, mas é um ponto importante para ser melhorado rapidamente. A dos atletas que mudaram de equipe, e falo notadamente de Kevin Durant no Golden State, ainda não se encontram no local. Outro dado importante: pouquíssimos produtos para crianças e mulheres. São públicos que a loja tem capacidade para absorver – e há demanda para isso (principalmente do público mirim).

LojaNBA605) O que mais me chamou a atenção, porém, não foi isso. Sei que não há atletas brasileiros como estrelas da NBA na atualidade, mas não haver camisas dos jogadores do país em uma loja… no país não me parece uma coisa legal. Fui informado pela gerente do estabelecimento que em breve será colocada uma máquina para que os clientes coloquem nome e número, mas talvez seja de bom tom expor na loja camisas de Huertas, Varejão, Caboclo, Bebê, Leandrinho, Nenê, Splitter, Cristiano Felício e Raulzinho, os nove atletas do Brasil que estarão jogando a próxima temporada da liga.

LojaNBA16) Outro ponto importante pra mim: na NBA Store não há NENHUM artigo de Michael Jordan, melhor jogador de todos os tempos e ícone máximo da liga na década de 90, quando pela primeira vez o produto entrou na cabeça, alma e coração dos brasileiros. Conhecendo a fera deve haver algum motivo contratual para tal, mas não ter nada do Jordan na loja é algo que causa estranheza e um pouco de decepção. Na loja online da Nike, por exemplo, há camisas de malha de MJ.

LojaNBA757) Por fim, vale um depoimento sobre a dinâmica do local. O Barra Shopping é imenso (são 120 mil metros quadrados…) e não sei bem como as pessoas se localizam ou passam a conhecer as novidades dali. Mas creio que um pouco de força de comunicação nas entradas, com folhetos ou algo assim, e promotores no Shopping para informar da inauguração da NBA Store seja importante para atrair ainda mais pessoas (clientes, fãs, consumidores) para a loja. Quem é do basquete já foi impactado pela novidade. Quem não é tão próximo assim pode ficar sabendo lá mesmo.

Em uma primeira análise a NBA Store é um espetáculo, um sonho de qualquer basqueteiro e um motivo de comemoração para os diretores do escritório da liga no país e amantes da modalidade. Como disse acima: era algo que desde sempre sonhávamos em ver por aqui. Agora é hora de promover o espaço e ajustar os pontos que ainda estão um pouco soltos.

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