Os 30 da NBA: Com Ben Simmons, Sixers começam a mudar sua história?
Vocês, leitores, quase sempre me pedem isso, e eu quase nunca faço. Dessa vez vai sair. A partir de hoje o blog começa a análise dos 30 times da NBA para a temporada 2016/2017 do melhor basquete do mundo.
Farei do pior (Philadelphia 76ers) para o melhor (Golden State Warriors) da fase regular de 2015/2016. Preparados? Então vamos lá!
Não há nada mais frustrante na NBA do que ser torcedor do Philadelphia 76ers. Foram 47 vitórias (SOMADAS) nas últimas três temporadas e um navio sem rumo nas mãos do gerente-geral Sam Hinkie, o autor da famosa frase "Confie no Processo". Só que os donos do Sixers não confiaram em Hinkie, no processo e decidiram mudar de direção no final de 2015/2016.
Mandaram Hinkie pra longe, trouxeram como consultor um vencedor, Jerry Colangelo, a quem entrevistei recentemente, e logo depois nomearam Bryan Colangelo (na foto à esquerda) como novo gerente-geral. E quem traz a família Colangelo para tocar os negócios de basquete de uma franquia sabe que não tem esse negócio de ficar perdendo eternamente e nem de economizar na folha salarial. Com o clã é muito simples: joga-se para ganhar o máximo que for possível.
E é assim que o Philadelphia inicia a sua caminhada na temporada 2016/2017 da NBA tentando escrever uma nova página na história da franquia. É óbvio que só mudar a mentalidade/cultura não faz transforma ninguém de saco de pancada em candidato a chegar ao playoff, mas alguns recados foram dados pela diretoria com as contratações de veteranos como Sergio Rodriguez (Real Madrid), Jerryd Bayless (ex-Bucks), Elton Brand (renovou contrato) e Gerald Henderson (ex-Blazers), capazes de dar tranquilidade a uma garotada que vai precisar de tempo e calma para se desenvolver.
Se quase tudo que Hinkie fez foi péssimo no Sixers, ao menos ele deixou um "legado" de jovens valores que poderão ser úteis no futuro caso a cultura da franquia de fato mude (como aparentemente vai mudar). Já estavam sob contrato Jahili Okafor (tresloucado pivô que teve 17 pontos e 10 rebotes em sua estreia na NBA ano passado – na foto à esquerda), Nerlens Noel (11 pontos em 2015/2016 e apenas 22 anos para o pivô), Dario Saric (ala croata selecionado no Draft anos atrás, com experiência na Europa e credenciado por boa Olimpíada) e Joel Embiid, pivô escolhido em 2014 no Draft e que só agora depois de suas 654 operações poderá debutar na liga.
Chegam, agora, o ala-armador turco Furkan Korkmaz, de 19 anos e 2,01m, o ala francês Timothe Luwawu-Cabarrot, de 21 anos e 1,98m, e principalmente Ben Simmons (o último dos legados de Hinkie devido às campanhas ruins do Phila).
Australiano de 20 anos, ele foi selecionado na primeira posição do Draft deste ano e tem a singela missão de recolocar a franquia Sixers nos trilhos. Terá todo suporte de Bryan Colangelo, a chave da equipe para ser de fato o dono das ações ofensivas (muita gente, inclusive Shaquille O'Neal, compara o versátil ala de 2,08m a LeBron James por sua habilidade de conduzir a bola e ser capaz de armar o ataque de seu time) e a responsabilidade do tamanho da expectativa de toda uma cidade sedenta por reviver tempos de glória que não vêm desde o time que tinha como líder o agora Hall da Fama Allen Iverson, escolhido coincidentemente 20 anos atrás com o último pick 1 da equipe.
Simmons é muito jovem, tem muito a aprender e logo verá que jogar contra cobras-criadas da NBA é bem diferente de seus tempos de LSU, onde teve 19,2 pontos, 11,9 rebotes e quase 5 assistências em 2015/2016. Tudo o que ele gostaria é que tivessem um pouco de paciência para que se desenvolvesse normalmente. Ele sabe, porém, que o Sixers é uma franquia carente de ídolos, desesperada por vitórias e sem muito tempo para errar. A cota da década já foi esgotada pelo Processo.
Se chegar longe não é algo que ninguém da diretoria planeja para agora (não é mesmo), a torcida da Pensilvânia só espera ver de Simmons, Saris, Okafor e companhia um resumo daquilo que a franquia poderá ser em curtíssimo período. Para uma cidade que ama basquete enfrentar anos e anos perdendo loucamente como foram os três últimos é um martírio que a Filadélfia não quer passar novamente tão cedo.
Campanha em 2015/2016: 10-72
Projeção para 2016/2017: Fora dos Playoffs (entre 20 e 28 vitórias).
Olho em: Ben Simmons
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