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Bala na Cesta

O começo das semifinais do NBB - quem chega à decisão?

Fábio Balassiano

30/04/2016 02h45

Chegamos às semifinais do NBB. Restaram quatro times, que buscam agora avançar à decisão do principal torneio de basquete do país. Vamos aos duelos? O primeiro jogo entre Mogi e Flamengo será inclusive neste sábado às 14h10 e terá transmissão (vejam que bacana) de Rede TV! e Sportv ao mesmo tempo. Calendário completo e mais informações estão no site da Liga Nacional.

neto1Flamengo x Mogi: O Flamengo está invicto no playoff, fez a melhor campanha da primeira fase e, por consequência, terá o mandro de quadra nesta série. Tem (insisto nisso) o melhor elenco do país e fez algo contra Rio Claro nas oitavas-de-final que poderá fazer muita diferença de agora até o restante da competição: esplêndido espaçamento ofensivo. Isso pode parecer pouco, mas perguntei a respeito disso ao técnico José Neto, que me disse que estudou bastante o seu próprio time antes do mata-mata. Não é coincidência que em toda a série contra Rio Claro o Fla tenha tido mais de 60% de acerto nas bolas de três pontos das extremidades da quadra (os famosos corner-shots tão usados pelo San Antonio Spurs na NBA). Foi assim que Machado e Ramon anotaram seis bolas das laterais no jogo 3 contra a equipe do técnico Dedé no sábado passado. Em duelos equilibrados, ter essa noção e abertura de espaços pode fazer a diferença.

shamellGosto do time de Mogi e vejo que o técnico Danilo tem tentado fazer a equipe jogar diferente. O problema é que nem sempre se consegue fazer Shamell e Larry atuarem coletivamente. Admiro bastante o jogo de Shamell, mas não sei se o seu preferido duelo de "um contra um" sem picks ou cortes dará resultado contra uma defesa tão bem postada como é a do Flamengo. Para os mogianos, atuar de forma mais calma, sem tantos arremessos apressados no ataque, é a chave para se tentar algo nesta série. Acelerar as coisas e ficar mais próximo de desperdiçar a bola é um erro que Mogi decididamente não pode cometer se quiser ir para uma inédita final.

No final das contas, creio que a maior experiência (este mesmo núcleo poderá fazer a sua quarta final consecutiva), o maior tempo junto (conjunto) do Flamengo e o mando de quadra farão a diferença a favor da equipe do Rio de Janeiro.
Meu palpite: Flamengo em cinco jogos

alex1Bauru x Brasília: A série que eu mais aguardo para ver entre as duas, sem dúvida alguma (começa na terça-feira na capital federal). Por ter Alex (Bauru) contra sua ex-equipe. Por serem dois técnicos bem jovens (Demétrius pelos bauruenses e Bruno pelos candangos). Por termos um duelo entre Paulinho e Fúlvio (se seu problema no joelho causado no jogo 4 da semifinal contra o Paulistano não for grave) na armação (estilos completamente diferentes). Por vermos Deryk e Leo Meindl, duas jovens promessas. Por termos um ótimo Giovannoni x Jefferson Willian no perímetro. E por vermos uma briga entre pesos pesados perto da cesta entre Ronald e Hettsheimeir.

dema1Pelo lado de Bauru, causa preocupação a forma física da equipe. Ricardo Fischer operou e está fora. No jogo 4 contra o Pinheiros, Murilo (olho) e Jefferson (joelho) não atuaram. Com isso, o tempo de quadra de veteranos como Alex, Robert Day e Rafael Hettsheimeir precisou ser prolongado à exaustão. Isso pode pesar e em um duelo contra uma rotação extensa e pesada como é a de Brasília pode ser crucial. Outro ponto importante para Bauru diz respeito a sua defesa. Quando ela esteve bem contra o Pinheiros o time viveu seus melhores momentos, evitando pontos dos rivais e conseguindo sair pro ataque antes da marcação rival começar seus movimentos de defesa. Quando, por outro lado, "afrouxou" um pouco a força defensiva os bauruenses receberam um festival de bolas de três pontos de Lucas Dias (principalmente). Contra o Pinheiros, um time jovem e também inconstante, ainda funcionou. Diante de Brasília, esta irregularidade dentro de um mesmo quarto pode ser perigosa.

deryk15Gosto bastante da maneira como Brasília tem jogado desde que o técnico Bruno assumiu. O técnico não teve medo de apostar na formação com Fúlvio e Deryk (dois armadores mais baixos) e muito menos em deixar jogadores consagrados como Arthur e Cipolini no banco, dando a Pilar e Giovannoni o "poder" nas alas. O time tem jogado no famoso "quatro abertos", fazendo com que os três jogadores normalmente sem a bola (Pilar, Deryk e Giovannoni) se movimentem bastante em volta de Fúlvio para encontrar o arremesso. Como possuem ótimo corte, o trio de alas de Brasília consegue fazer um jogo bastante interessante (e perigoso para o rival) de fora para dentro do garrafão. Normalmente a defesa adversária não sabe se "caça" os caras lá no perímetro ou se espera perto da cesta. Quando avança, abre espaço perto da cesta. Quando afasta, pode sofrer com os tiros longos. É um trunfo que Bruno e Brasília têm usado com frequência e que pode levar Brasília a uma final que não frequenta há quatro anos.
Meu palpite: Brasília em quatro jogos.

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