Topo

Bala na Cesta

Especial Kobe Bryant - Oscar afirma: 'Uma honra que ele me tem como ídolo'

Fábio Balassiano

10/04/2016 01h00

oscar6No começo do especial sobre Kobe Bryant você viu que o ídolo de infância do Black Mamba foi Oscar Schmidt. Na época jogando na Itália contra o pai de Kobe, Joe Bryant, o brasileiro era um dos maiores ídolos da liga local. O Mão Santa (ou Mão Treinada) fez parte do elenco do tradicional Juvecaserta, onde teve a (atenção) surreal média de 32,2 pontos em 284 jogos entre 1982 e 1990, e do Pavia, onde entre 1990 e 1993 teve (atenção) assombrosos 40,2 pontos por jogo de média em 119 partidas, inspirando gerações e recebendo da torcida de seu time pedidos por bolas de três com os gritos de "Bomba, Bomba, Bomba" toda vez que pegava na bola.

oscar2"Kobe é uma lenda do basquete. Está entre os melhores, se é que não é o melhor de todos os tempos. Pra mim ele é o melhor. Ele representa do basquete, a essência do jogo, a essência de quem treinou muito pra chegar longe e ninguém vai poder tirar dele. Ele foi grande", afirmou Oscar, que consegue entender a reverência do então menino Kobe por ele na infância: "Ele gostava de mim justamente porque eu ganhava muito em cima do pai dele. E ganhava fazendo muito ponto. Ver o que esse cara se tornou e saber que ele me tem como referência é um baita orgulho pra mim. Todas as vezes que nos encontramos ele foi de um carinho impressionante comigo".

INFÂNCIA NA ITÁLIA E O COMEÇO NOS EUA

oscar3Jogador profissional desde os 16 anos, Oscar Schmidt sabe bem como é difícil lidar com a aposentadoria. O ala prolongou a sua carreira até os 45 anos e confessa que é um dos momentos mais complicados para a cabeça do atleta.

"É um momento muito difícil. Atleta morre duas vezes, essa é a verdade. Kobe vai enfrentar isso e eu espero que ele esteja preparado para continuar sendo muito feliz. E te digo: em um primeiro momento é tudo tranquilo. Ele vai pensar que não tem viagem, não tem treino, não tem técnico cobrando, não tem as obrigações. Mas passa um ano, dois anos e a gente, competitivo, começa a sentir muito falta da rotina, dos horários, até dos hotéis e dos aviões", analisa Oscar, que traça um paralelo com o seu pós-carreira para explicar que encontrar outra atividade é fundamental para que a tristeza com o fim da carreira fique atenuada: "Meu caso foi assim também. Me encontrei e me revigoro com minhas palestras. Ali consegui largar o meu lado de atleta. Que o Kobe encontre uma atividade onde ele possa ser feliz, uma atividade que faça com que ele não sinta tanta falta. Aconteceu comigo também. Só que comigo foi tudo no Brasil, né. O dele é o planeta, o mundo inteiro, todos conhecem ele. É um momento difícil na vida de um grande atleta como ele".

PODCAST BNC ESPECIAL SOBRE O KOBE

oscar4De ídolo, Oscar virou fã de Kobe Bryant quando ligou os pontos e notou que aquele ala que estava no Los Angeles Lakers, da NBA, era o mesmo garotinho da Itália na década de 80. E isso até hoje gera uma brincadeira na casa dos Schmidt.

"Meu filho Felipe, toda vez que vê o Kobe Bryant jogar me pergunta: 'Mas, Pai, você nunca pediu um autógrafo pro Kobe? Como assim?'. E aí eu tenho que lembrar ao Felipe que na época o Kobe tinha apenas dez, doze anos. Como ia pedir um autógrafo a uma criança?", diverte-se Oscar.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.