Ricardo Leyser torna-se Ministro do Esporte, e basquete ganha com isso

Na semana passada o Ministério do Esporte anunciou a saída de George Hilton do comando da pasta. Em seu lugar, assume Ricardo Leyser, até então Secretário de Alto Rendimento e no Ministério desde 2003. Não dá bem para medir o impacto da medida para todo esporte do país, principalmente porque a questão é muito mais ampla que ter ou não um bom gestor por lá (falo de um programa esportivo nacional, mas este é tema para outro texto – e um grande texto), mas do basquete é possível falar, sim.

Leyser, um dos caras mais educados e gentis que conheci desde que cubro basquete (ele é figurinha frequente por aqui, sempre respondendo às perguntas que envio – e normalmente não são as perguntas mais tranquilas do mundo…), é MUITO próximo do basquete e um dos maiores entusiastas, por exemplo, dos resultados conseguidos pela Liga de Desenvolvimento, campeonato que é mantido pela verba do Ministério há quase cinco anos e de onde saíram Bruno Caboclo, Deryk Ramos, Lucas Dias, Raulzinho, Ricardo Fischer, Davi Rossetto, Gegê, Coelho, Danilo Fuzaro, Léo Demétrio, Cristiano Felício, entre outros que hoje brilham no NBB e também na NBA.

Se por um lado a Liga Nacional deve abrir um belo sorriso por ter alguém que, com todos os motivos do mundo (transparência, competência, credibilidade, planejamento e organização), admira o trabalho dela no topo do Ministério, quem não deve ficar lá muito tranquila é a turma da Confederação Brasileira de Basketball.

E explico. Recentemente, é verdade, a CBB recebeu um belo aporte para a preparação das seleções visando as Olimpíadas, mas foi Leyser que, em 2014, escancarou para todo mundo a péssima gestão de Carlos Nunes à frente da entidade máxima.

Ou seja: Ricardo Leyser conhece muitíssimo bem o estado das coisas no basquete brasileiro. Quem é bom, quem não é tão bom, quem deve ser cobrado, quem deve ser mais incentivado ainda, essas coisas todas que a gente, daqui deste canto, conhece muito bem.

Agora, mais do que nunca Ricardo Leyser está com a caneta para chancelar e cobrar as duas Ligas (será que agora sai a Liga de Desenvolvimento Feminina?), Confederação e Federações, o que é uma excepcional notícia para a modalidade que precisa avançar bastante para se colocar em posição de destaque no cenário nacional como ela quer ser há muitos anos. Em diferentes graus, claro, cada uma destas entidades precisará crescer para continuar a receber os mimos (ou convênios, ou aprovações, ou o que for) do Ministério do Esporte.

Quem mandar bem terá nele um fundamental aliado. Quem fizer um trabalho ruim, é melhor desde já saber que a torneira do Ministério pode ser fechada.

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