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Bala na Cesta

Estudando marketing, Marcelinho Machado pensa no futuro e analisa NBB

Fábio Balassiano

31/03/2016 13h00

mmMarcelinho Machado ainda joga em bom nível pelo Flamengo, atual tricampeão do NBB. Mas aos 40 anos um dos maiores ídolos da história do rubro-negro já pensa nos próximos passos de sua vida. Aproveitando ao máximo a vida "na estrada", o ala está se formando nos próximos meses em Marketing no Ensino a Distância da Universidade Estácio de Sá. O blog conversou sobre isso com ele.

BALA NA CESTA: Você está terminando a faculdade de marketing, é isso?
MARCELINHO MACHADO: Sim, é isso mesmo. Fico feliz de poder estar terminando a faculdade. A gente teve um evento na Estácio recentemente e eu pude ver a alegria de outros atletas que estão conseguindo se formar também. Hoje com a facilidade do Ensino a Distância isso é mais possível, mais fácil de acontecer. Quando comecei a jogar, lá atrás, tive que fazer uma escolha – era estudar ou jogar. Espero que a molecada mais nova veja isso e que isso sirva de exemplo. Hoje em dia é possível jogar e estudar ao mesmo tempo. É possível, sim, conciliar. A gente faz três, quatro matérias por semestre e em quatro, cinco anos é possível terminar a faculdade, ter uma graduação no currículo. É importante. Fico feliz de poder estar chegando ao final. Falta uma matéria ainda, mas estou bem próximo.

machado1BNC: Foi muito difícil você voltar a estudar? Porque você não estudava há muito tempo e não é fácil regressar.
MARCELINHO: Primeiro eu sempre tive isso em minha cabeça. Sempre pensei em me formar para me ajudar no que faria depois que parasse de jogar. Mas entrei em um programa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o PAA (Programa de Ajuda ao Atleta), e lá eu fiz um trabalho de coaching com o Carlos Moreno. Ele me apontou a possibilidade de eu fazer o Ensino a Distância, achei muito legal e logo me matriculei. Além da faculdade eu fiz um curso no COB sobre Gestão Esportiva. Estou muito feliz de estar me formando antes mesmo de parar de jogar.

nbb6BNC: O que você mais aprendeu na faculdade que a gente pode aplicar no esporte brasileiro?
MARCELINHO: Acho que a gente não tem que inventar nada. Tem muita gente no mundo que já está fazendo muita coisa boa. Então é só a gente trazer pra cá, adaptando, claro, à nossa realidade. Mas as coisas já melhoraram muito. Se você pegar de dez anos pra cá é possível ver que já evoluiu demais. Este próprio evento, o Jogo das Estrelas, é um exemplo deste avanço em marketing, gestão. Coloca a modalidade em evidência, e os atletas perto dos torcedores, que é algo que a gente precisava fazer e que por um tempo a gente deixou de fazer. Aumentar o número de atletas conhecidos no Brasil é fundamental.

machadoBNC: Se você fosse um gestor esportivo do Flamengo ou da Liga, em qual ponto você atacaria mais rapidamente?
MARCELINHO: Acho que temos que atacar em tudo. Criar o ídolo é importante, e automaticamente você promove a modalidade e aproxima do público. O torcedor brasileiro, que é fã de futebol, poderia conhecer um pouco mais do basquete. Já estamos melhorando isso, mas acho que é possível criar ferramentas para tentar trazer a modalidade para mais perto do fã, do cara que irá consumir o nosso produto todos os dias.

machadoBNC: Você fez 40 anos recentemente, não sei por quanto tempo você continuará atuando, mas o que já está pensando para o pós-carreira?
MARCELINHO: Estou mais pra parar de jogar do que pra ter dez anos de carreira, isso é óbvio. Mas ainda não pensei exatamente quando parar, essas coisas. No momento estou abrindo meu leque, abrindo possibilidades pra mim. Há algumas coisas acontecendo, mas eu prefiro não falar ainda enquanto não estiver 100% concretizada. Acho que você ter um diploma já te abre, expande um pouco mais as suas possibilidades.

machado2BNC: Vi uma entrevista recente do Kaká em que ele diz que, jogando nos Estados Unidos e já pensando no pós-carreira, ele acaba os treinos e sempre faz uma visita a um departamento do time dele em Orlando. Vai no marketing, vai no financeiro, vai na comunicação, na logística pra aprender mais. Isso também acontece com você? Você tem tentado conhecer um pouco mais desse lado de fora das quadras?
MARCELINHO: Nesse caso eu tenho uma facilidade, né, porque meu pai (Renê Machado) foi diretor esportivo e a gente conversa muito sobre tudo o que envolve um clube dentro e fora das quadras. Não só basquete, mas montagem de equipes, conseguir patrocínios, as formas de conseguir as verbas via Lei de Incentivo, por exemplo. Converso muito com o Marcelo Vido, Gerente de Esportes Olímpicos do Flamengo, e também com o Marcus Vinicius Freire, Diretor-Executivo do COB. São pessoas que tiveram carreiras de sucesso nas quadras e que hoje fazem muito bem as suas funções.

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