O cruel passo atrás na carreira de Ricardo Fischer

Falei aqui quando Tiago Splitter teve que passar por uma operação que praticamente o tira da Olimpíada do Rio de Janeiro neste ano. O esporte pode ser lindo às vezes, mas também muito cruel em alguns casos. O enredo (duro) se repete agora com Ricardo Fischer, armador de Bauru que rompeu o ligamento cruzado do joelho direito e que ficará fora das quadras de seis a oito meses (ausente do restante da temporada e obviamente do Rio-2016 também).

Não estou comparando os dois atletas, e muito menos garantindo que Ricardo Fischer seria convocado por Rubén Magnano para os Jogos do Rio-2016, mas sim falando que é muito cruel o que está acontecendo agora com o camisa 5 de Bauru.

E se falo isso é muito pelo que publiquei aqui em 24 de fevereiro (após Ricardo ter dado um verdadeiro recital na partida contra o Quimsa pela Liga das Américas). O esporte pode, sim, ser cruel porque joga por terra as esperanças olímpicas de um cara que vem subindo degrau por degrau de maneira planejada e correta há anos. Desde que surgiu lá atrás no Barueri até chegar a ser titular da equipe bauruense Fischer só faz evoluir – em termos técnicos, físicos, psicológicos, táticos, tudo.

Não obstante ficar fora da Olimpíada Fischer pode ter que retardar outro de seus sonhos – jogar na Europa. Quando começar a próxima temporada ele estará em fase final de recuperação ou recentemente liberado. Sei que já havia, por parte de seus agentes, algumas conversas (ou início delas), mas obviamente as coisas agora mudam de figura. Não sei se alguma equipe do Velho Mundo (ao menos as de primeiro nível) quererão contratá-lo logo no momento seguinte de uma cirurgia que sabemos ser delicada. Torço para isso não ocorrer (e que ele realize seu objetivo o quanto antes e independente do rompimento dos ligamentos de seu joelho), mas é algo que ele e seus agentes devem pensar a respeito.

O momento, ainda é muito "quente" para Fischer, com quem troquei breves mensagens na terça-feira. Os estágio da "negação" e depois o da "tristeza" baterão fortes. O que disse a ele foi que até pouco tempo atrás não acreditava no famoso "algo bom está reservado pra você". Precisei rever meus conceitos e pensar positivo me ajudou a sair de um buraco (profissional) grande. O esporte, assim como a vida corporativa, pode ser muito cruel, mas ambos dão a oportunidade de tentar de novo, de atingir o sonho em outra etapa.

É nisso que Ricardo, além de tudo uma pessoa de bom astral, de ótima energia, de índole acima da média, precisa pensar no momento. Em se recuperar da melhor maneira para conquistar tudo o que deseja em uma carreira que tem sido brilhante até o momento.

Talento e pouca idade (só tem 24 anos) ele têm de sobra pra chegar lá.