Real Madrid finaliza ano perfeito com título Mundial contra Bauru
Foi um domingo de basquete pra ninguém botar defeito. Depois de quase dez anos sem basquete em competições oficiais (o último jogo fora a final do Mundial Feminino de 2006 entre Rússia e Austrália), o Ibirapuera ferveu com a partida de sexta-feira e com o segundo duelo entre Bauru e Real Madrid na manhã (quente) de hoje.
No final das contas, vitória maiúscula do Real Madrid por 91-79 contra uma aguerrida equipe bauruense para assegurar o título do Mundial Interclubes. Os merengues coroaram o ano perfeito (títulos da Copa do Rei, Liga ACB, Euroliga e Supercopa espanhola) e comemoraram muito o troféu na quadra (pra quem dizia que os europeus não davam valor algum ao evento…). Além disso, foi o quinto título intercontinental do Real, que vencera pela última vez em 1981 justamente no Ibirapuera. Vamos a alguns pontos:
1) O primeiro período foi decisivo no que vimos nos 30 minutos restantes. O Real começou voando, abriu 10 pontos de cara, fechou a primeira parcial com 24-15, mostrou que estava faminto por mais um troféu e obrigou Bauru a correr atrás. Se desgasta jogar contra os merengues à frente do placar, imagina buscando reverter a desvantagem no duelo quase todo. Cansa ainda mais – mentalmente sobretudo.
2) Só que mesmo assim Bauru tirou forças e conseguiu equilibrar a peleja. Jogou bem o segundo período (de novo com a formação tendo Leo Meindl e Rafael Mineiro em quadra), tirou a vantagem, foi para o intervalo perdendo de 9, mas logo no começo do terceiro período empatou o jogo. Estava, lembro bem, 53 iguais ali pela metade do terceiro quarto quando Bauru teve três chances seguidas de passar à frente. Errou ataques seguidos, permitiu que o Real abrisse vantagem (13-4 na sequência final dos últimos quatro minutos) e não mais conseguiu encontrar os merengues.
3) Voltarei a falar de Bauru com mais profundidade amanhã, mas que partida esplêndida fez Ricardo Fischer (agora mais do que nunca monitorado por times europeus). O jovem armador teve, obviamente, dificuldade contra Sergio Llull na defesa (quem não tem?), mas terminou com 26 pontos e 6 assistências. Uma atuação pra lá de excepcional de um jogador que cresce a cada dia. Alex (14) e Hettsheimeir (17 apesar dos 3/13 nos chutes) também foram bem.
4) Na coletiva pós-título Llull disse que a saída para o Real Madrid vencer o jogo 2 seria conter Bauru a menos de 80 pontos. Os bauruenses fizeram 79. Mas além da forte defesa merengue, que marcou muito melhor no perímetro (10/28 do rival de fora) e viu o adversário não tentar construir muitas situações no jogo interno, outro fator chamou a atenção: os rebotes ofensivos. Os espanhóis tiveram 14 no ataque (Ayon pegou 8 rebotes ofensivos) e anotaram 15 pontos em segundas oportunidades. Bauru, por sua vez, teve 5 rebotes ofensivos, com 2 pontos pós-rebotes. Em uma partida contra um rival tão forte, dar chances seguidas de ataque não é recomendável.
5) Sobre Sergio Llull, o MVP do torneio, a pergunta óbvia: de onde saiu este cara? O armador é um carrapato na defesa, tem rapidez no ataque e ainda melhorou demais seu arremesso. Tem o famoso pacote completo e joga com uma seridade de dar gosto. Terminou com 20 pontos, 6 assistências e 5 rebotes. Isso com o tornozelo torcido (na coletiva ele não conseguia andar direito e estava com o pé visivelmente inchado). Além disso, Sergio Rodriguez, seu companheiro de armação, foi expulso ainda no primeiro tempo após reclamar loucamente com a arbitragem. Ficou tudo com o camisa 23. Sem problemas, ele chamou a responsabilidade e resolveu. Llull é um cracaço (e estará aqui amanhã em entrevista exclusiva).
6) Por fim, vale dizer: Bauru caiu de pé. Pegou o melhor time da Europa duas vezes pela frente e fez ótimo papel. Muita gente imaginava uma surra, mas isso esteve bem longe de acontecer – muito pelo contrário, pois os bauruenses tiveram chances de terminar com o caneco do torneio. Ademais, o Real Madrid veio com o time campeão europeu inteiro, reforçado (com os jogadores que chegaram para a temporada) e absurdamente motivado. Fez ótimo papel o time de Guerrinha, representando bem o basquete brasileiro e mostrando que há, sim, qualidade por aqui (embora obviamente em menor nível que na Europa). Olhem que bacana: com exceção do primeiro período de hoje, o Real fez 157-155 contra Bauru em 70 minutos de jogo. Acho este um ÓTIMO índice.
Viu o jogo? O que achou?
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