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Bala na Cesta

A preocupação com o contrato não garantido de Huertas com o Lakers

Fábio Balassiano

10/09/2015 08h37

huertas1A quarta-feira começou feliz para quem gosta de basquete por aqui. Marcelinho Huertas desembarcou na Califórnia, assinou seu contrato de um ano (US$ 525 mil) com o Los Angeles Lakers e logo foi para a quadra treinar. A imagem dele com o gerente-geral Mitch Kupchak é bacana e está ao lado.

A análise da ida do armador brasileiro para a franquia angelina já fora feita por mim na semana passada, quando a informação de sua contratação fora divulgada pelo Woj, no Yahoo. Tudo certo então, né? Nem tanto.

huertas2O problema é que ali pelo meio da tarde o que era só animação tornou-se (ao menos para mim) uma preocupação. Foi a partir de um tuíte de Eric Pincus, jornalista de Los Angeles (LA Times e Basketball Insiders) que algumas coisas não fizeram total sentido para mim. De acordo com Pincus, Huertas assinou contrato NÃO GARANTIDO por uma temporada apenas. Em português claro: o brasileiro pode ser dispensado do Lakers a qualquer momento a partir da pré-temporada que começará em poucos dias. Caso não seja (dispensado) e fique com o elenco até o final do campeonato, embolsa os US$ 525 mil (mínimo de novato).

huertas3É difícil saber o que se passa em uma negociação entre agentes e franquias, porque pode ser que este termo não garantido seja apenas uma prevenção para as duas partes, mas olhando para a situação da franquia angelina eu fico um pouco preocupado. E explico. Uma equipe da NBA precisa ter no mínimo 13 jogadores sob contrato (no máximo 15). Atualmente os Lakers têm 12 atletas com contratos garantidos.

Trabalhando com os 15 (do máximo) sobram, portanto, três espaços para serem preenchidos. Na mesma situação de Huertas (vencimentos não garantidos) estão Jabari Brown (ala), Tarik Black (ala-pivô), Michael Frazier (ala) e Jonathan Holmes (ala). Não seria ruim se não fosse o fato de os Lakers terem em seu elenco os seguintes armadores: Lou Williams, D'Angelo Russell e Jordan Clarskon. Em que pese o fato de o técnico Byron Scott ter dito que a equipe atuará com dois jogadores da posição 1 ao mesmo tempo (algo não usual, mas que faz sentido pelo fato de Russell e Clarkson serem altos e pela ausência de bom fator humano na posição 3 para a qual Kobe Bryant será deslocado), normalmente as franquias têm mesmo ter atletas desta natureza em seus elencos.

Los Angeles Lakers forward Ron Artest reacts in the first half against the Phoenix Suns during Game 6 of the NBA Western Conference finals in PhoenixPara piorar, na semana passada começou a circular na internet a notícia que Ron Artest poderia ser contratado para ajudar (!!!!!!) no desenvolvimento do calouro Julius Randle. Se o Lakers cometer a insanidade de negociar a sua vinda, a luta por três vagas no elenco ficaria não entre quatro, mas sim entre cinco atletas – sendo que Artest é experiente pacas e tem um título com a equipe.

huertas4Algo não muito confortável assim para quem tem 32 anos e é dono de uma carreira de bastante sucesso na Europa (vide a proposta duas vezes maior, em termos financeiros, da Turquia que ele abriu mão para jogar na NBA), não é mesmo? Não se trata, aqui, de botar água no chope de Huertas, que obviamente sabe mais do que todos nós o que está fazendo. Só acho pertinente, neste espaço, colocar que há, sim, o risco de o brasileiro não ser aproveitado pela franquia angelina até o final do certame que se inicia no dia 28 de outubro para os Lakers.

huertas1Por enquanto vivemos, ele e nós aqui do Brasil, o sonho de ver mais um do país chegando à NBA (podem ser nove na próxima temporada caso o armador, no Lakers, e Cristiano Felício, no Bulls, emplaquem). Isso é ótimo e deveria servir de mais motivação para as pessoas se aproximarem da modalidade por aqui. Quanto a isso não há a menor dúvida.

Resta, agora, torcer para o dia a dia de treinamentos de Marcelinho Huertas na pré-temporada angelina ser satisfatório para que sua vida na melhor liga de basquete do planeta seja longa (ou não abreviada por um corte). Parabéns para ele por realizar um sonho. E que ele (o sonho) seja duradouro.

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