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Bala na Cesta

Nos amistosos de Brasília, os altos e baixos da seleção masculina

Fábio Balassiano

11/08/2015 01h19

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Terminou no domingo a primeira fase de amistosos da seleção brasileira masculina visando a Copa América. Copa América que, agora sabemos, não vale exatamente muita coisa já que a vaga para a Olimpíada de 2016 está garantida. Em Brasília, com o ginásio Nilson Nelson recebendo público baixíssimo nos dois dias (como era de se prever…), o time de Rubén Magnano venceu Uruguai no sábado (83-81 na segunda prorrogação) e Argentina no domingo (67-61 no tempo extra). Houve pontos positivos e negativos. Vamos a eles:

bra11) Está cada vez mais claro que Vitor Benite assume papel de protagonismo nesta seleção de Rubén Magnano. Foram 15 pontos contra o Uruguai, 18 contra a Argentina e boa dose de liderança dentro de quadra. É um jogador que conta com a confiança da comissão técnica e que se firma a cada dia. O Pré-Olímpico, quando o nível será bem mais alto que o do Pan-Americano, será um ótimo teste para o novo ala do Murcia (Espanha), mas pelo que vimos até agora ele está preparado para exercer a função de comandante da equipe sem problema algum.

bra42) Também no campo individual vale destacar mais uma ótima presença de Augusto Lima. Independente de seus números (foram muitos minutos contra o Uruguai e nem tantos assim contra a Argentina), impressiona a sua capacidade atlética e sua disposição para defender o que tiver pela frente. Chamou a atenção, também, a forma como ele jogou o catimbeiro Andres Nocioni no chão no duelo de domingo. Era amistoso, mas Augusto não quis saber. Era pra fazer a falta, de modo a evitar uma cesta fácil, e foi exatamente o que ele fez. O ala do Real Madrid não gostou muito. Azar o dele…

mark13) Um dos melhores jogadores dessa geração, Marquinhos não esteve bem (o que é natural, visto que foi o que se apresentou depois do Pan-Americano). Teve 2/11 de três pontos (sua especialidade), seis desperdícios de bola e ficou longe de mostrar o basquete que ele tem. A tendência é que, com mais duas semanas de treinamento, ele atinja o ritmo que conhecemos.

4) No coletivo, não compreendi o motivo de a seleção ter atuado de forma tão nervosa contra o Uruguai (um rival fraco, não custa lembrar). Pelo visto Rubén Magnano também não (entendeu), já que pedia calma aos atletas a todo instante. O basquete fluído e paciente que vimos no Pan-Americano parecia estar longe (mesmo com basicamente o mesmo grupo na quadra). Preocupou bastante isso, principalmente porque fez com que o ataque jogasse de forma confusa, atribulada, com excesso nas bolas de três pontos (8/30 no sábado e 5/27 no domingo) e poucas trocas de passe para gerar arremessos livres.

bra75) No outro lado da quadra a boa notícia permanece. A defesa brasileira segue sendo a principal arma da equipe de Magnano (o que é excelente). Pressionou os adversários, evitou cestas fáceis e conseguiu gerar cestas fáceis. O manual do basquete mesmo. Aparentemente neste âmbito o trabalho da comissão técnica precisa ser apenas o de lapidar o que já está bom. Nem mesmo Luis Scola, que sempre dá problema ao Brasil, teve vida fácil contra a marcação da seleção neste domingo (6/18 nos chutes e 2 desperdícios de bola). Creio que tenha sido apenas um lapso, mas não custa ficar atento a isso.

bra16) Não é algo de outro mundo, pois amistosos são amistosos, mas o Brasil venceu uma argentina de Luis Scola + Andres Nocioni basicamente com um time de NBB (com Augusto Lima de "reforço). Creio que isso seja relevante pacas e mostra bastante a evolução da competição nacional nos últimos anos.

A seleção segue em preparação em São Paulo antes de jogar em 14 e 15 de agosto em Buenos Aires. Viu os jogos do time de Magnano? Gostou? Comente aí!

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