Brasil começa mal, reage, mas não consegue vencer os EUA na estreia do Pan

O Brasil lutou, lutou muito, mas repetiu velhos erros e não conseguiu vencer os Estados Unidos na estreia do Pan-Americano Feminino de Toronto nesta quinta-feira. Chegou a estar perdendo por 16 pontos, reagiu, liderou no terceiro período, mas não conseguiu segurar o placar e acabou derrotado por 75-69 levando 26 pontos e 12 rebotes desta fenomenal Breanna Stewart (foto).

O jogo começou e o Brasil apresentou um cartão de visitas não muito agradável. Com exceção da experiente Kelly, que jogou muito bem a partida inteira (10 pontos e 11 rebotes), o time de Zanon abria espaços na defesa, atacava com inexistente troca de passes e via as norte-americanas abrirem vantagem. Reagiu no segundo período, é verdade, mas foi ao vestiário perdendo de oito pontos (31-39).

O terceiro período começou e o Brasil viveu o seu melhor momento na partida. Com Cacá na marcação e Patty pontuando muito bem (18 pontos ao todo) o time chegou a liderar, mas "dormiu" nos dois minutos finais e viu as norte-americanas novamente abrirem vantagem de sete pontos. Sustentar a intensidade no alto também é uma qualidade do basquete, não custa lembrar. No último período a seleção brasileira seguiu tentando, marcando, lutando, mas faltou concretizar a reação (quando estava 71-67 o time perdeu dois ataques seguidos sem conseguir arremessar – erros de… fundamento).

No final das contas, a derrota veio por 75-69 e o jogo foi o resumo do que é o basquete feminino brasileiro atualmente: falta de intensidade (não consegue sustentar no alto nível por 7, 8 minutos seguidos), pobreza de fundamentos, defesa passiva e ataque parado. Lutar é muito bacana, é louvável pacas e isso merece ser aplaudido, mas não se vence "só" com isso. É preciso mais, muito mais. Isso tudo, não custa lembrar, contra um time universitário Sub-21 dos Estados Unidos. Estados Unidos cujas meninas dominam TODOS os fundamentos do jogo e por isso conseguem sair das situações complexas mesmo com pouca idade.

Que me perdoem os mais conformados, mas não acho prudente dourar a pílula e achar que está tudo bem – porque não está tudo bem no basquete feminino brasileiro há tempos. Deste canto não consigo usar o adjetivo "espetacular" ou "belíssima" (apresentação) ao lado de uma atuação tão abaixo da crítica assim. Ou é querer se enganar ou tentar enganar a quem está vendo/lendo/ouvindo. Não dá pra fazer isso. Repetindo: o Brasil, com atletas profissionais, perdeu de um time universitário dos Estados Unidos e isso jamais pode ser um bom sinal. Perdeu porque tem fundamentos mal treinados, lapidados e não porque é uma seleção menos "rodada". A CBB, óbvio, tem culpa nisso tudo, mas esta seleção treinou por mais de 30 dias em dois períodos e errou fundamentos básicos do jogo (passes, dribles, rotações), o que é absolutamente inadmissível. Simples assim.

O Brasil volta a entrar em quadra nesta sexta-feira contra Porto Rico, que venceu a República Dominicana por 76-54, às 14h30. Caso perca, a seleção brasileira estará eliminada do Pan-Americano. Viu o jogo desta quinta-feira contra os EUA? O que achou? Comente aí!