Preparado, Raulzinho realiza sonho do pai e assina com Utah Jazz
Fã de John Stockton, Raul Togni, ex-armador de Bauru (entre outras equipes), ficou entusiasmado quando seu filho foi trocado para o Utah Jazz (time que Stockton brilhou) após o Atlanta tê-lo escolhido na 47ª posição do Draft de 2013. A espera durou dois anos, mas Raulzinho agora pode se orgulhar de duas coisas sensacionais: assinar um contrato com uma das franquias mais tradicionais da NBA e realizar o sonho de seu pai.
Foi o que aconteceu nesta quinta-feira em Salt Lake City. Uma semana atrás Raulzinho, a quem entrevistei no agora longínquo ano de 2009 quando participou do Jordan Classic, estava treinando com a seleção brasileira que vai ao Pan-Americano quando recebeu uma ligação do Jazz. A franquia queria vê-lo. Havia a oportunidade do armador fazer parte do elenco já para a próxima temporada da NBA. O jogador de 23 anos, 1,88 e há quatro anos na Espanha não teve dúvidas: pegou o avião, fez os testes necessários e agradou ao Utah. Assinou contrato de três anos (dois anos garantidos) no valor total de US$ 2,8 milhões e passará a treinar a partir de hoje já como jogador de um jovem elenco. O espanhol Murcia, seu antigo clube, receberá uma compensação financeira por perder seu atleta (pelo que apurei, o valor é de quase R$ 1 milhão).
Mais do que a alegria de ser mais um brasileiro na NBA (ele se junta a Leandrinho, Nenê, Splitter, Varejão, Bebê e Caboclo – são sete com contratos garantidos) pesa a favor de Raulzinho chegar ao melhor campeonato de basquete do planeta bem preparado para não penar tanto como calouro (abaixo os números completos de sua carreira).
Já são, como disse acima, quatro temporadas na Europa, inúmeras convocações para a seleção brasileira e experiência de sobra para brigar por minutos em uma rotação na armação que já conta com Dante Exum (australiano) e Trey Burke, além do recém-chegado Bryce Cotton (também calouro). Não bastasse o preparo técnico adquirido (em Europa e competições com a equipe nacional), sua evolução física é nítida (está bem mais forte e isso foi inclusive visto pela imprensa de Utah) e seu inglês, algo fundamental para alguém que joga na posição 1, está em condição bem razoável (para ouvir/ver a entrevista de ontem é só clicar aqui).
Ainda é difícil prever como será a vida de Rauzlinho na NBA (não custa relembrar que ele tem apenas 23 anos). O elenco do Utah Jazz é jovem e há espaço para, digamos, novas ideias e tentativas, mas a concorrência é fortíssima e a tendência é que o brasileiro comece a temporada 2015/2016 como a terceira opção para a armação.
É preciso, portanto, aguardar o desenrolar do campeonato e também a sua evolução (algo que ele vem apresentando ano após ano). No momento vale dar os parabéns a Raulzinho, que realizou o sonho de chegar à NBA jogando pela franquia de um dos ídolos de seu pai. E isso não é pouca coisa.
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