A despedida de Helinho e a reformulação de Franca
Na sexta-feira o Franca Basquete convocou uma coletiva de imprensa para anunciar os próximos passos de um time que vive uma crise financeira imensa desde a temporada passada (a dívida acumulada era de mais de R$ 2 milhões). Estiveram lá os dirigentes da equipe, além de Luiza Trajano, dona da Magazine Luiza (novamente um dos patrocinadores da agremiação) e uma das pessoas mais influentes do país atualmente. Será um momento complicado para os francanos, que terão um elenco pra lá de modesto para o NBB8 (melhor que fechar as portas, sem dúvida alguma). Torço para que, com esta nova gestão, a situação melhore rapidamente, pois a cidade ama a modalidade e merece ter um time competitivo para torcer.
Não deixa de ser sintomático que no dia anterior à coletiva um dos maiores ídolos do basquete da cidade (e também do país) anunciou a aposentadoria aos 40 anos (sendo os últimos 25 como atleta de alto nível).
Com uma belíssima carta em seu Facebook pessoal (mais aqui, aqui e aqui), Helinho (foto), que também atuou por Vasco e Uberlândia, ganhando, entre outras conquistas, seis brasileiros e dois sul-americanos informou a amigos e torcedores que não mais jogará profissionalmente no país.
Sabemos que a história dele no basquete irá continuar e eu acho que seu caminho natural é mesmo ser técnico da equipe francana em algum momento (seguindo os passos de seu pai, o mítico Hélio Rubens), mas ampliando o olhar dá para notar que o momento em que ele se aposenta das quadras brasileiras é bastante relevante pelo que o anúncio traz como significado.
Há, claramente, uma troca de guarda no basquete nacional (escrevi isso em março de 2015 inclusive). E Helinho, dono de uma disciplina absurda (tem 1,86m e nunca deixou-se abalar por isso), faz parte da turma que dominou o cenário interno por muito tempo e ganhando um troféu atrás do outro (ele, Rogério, Demétrius, Vargas etc.). Fez parte de uma geração francana que ganhou os Nacionais entre 1997 e 1999, liderou o Vasco aos títulos de 2000 e 2001 e levou o caneco a Uberlândia em 2004 (voltou a Franca para vencer em 2006 também).
Aos 40 anos de idade, chegou a hora de ver outras coisas, ver o basquete de outras formas. Helinho merece aplausos pelo status de ídolo que conquistou em quadra. Mas não só pelos pontos, assistências, sua alucinante marcação e pelos inúmeros títulos conquistados. Ele fará falta sobretudo pelo que trouxe de seriedade, responsabilidade e pelo respeito a um jogo que o fez tão bem por toda vida.
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