O brilhantismo da temporada de Bauru - apesar da derrota na final
É óbvio que o gosto de quem termina com o vice-campeonato não é lá dos mais gostosos. Fica um amargo na boca, uma sensação ruim. Isso é o óbvio do esporte. Para Bauru, no entanto, isso precisa ser relativizado depois de perder do Flamengo por 2-0 na decisão do NBB. Apesar de não ter conseguido dar o primeiro título ao Estado de São Paulo, a temporada 2014/2015 da equipe do interior de SP foi realmente espetacular.
Os números da temporada 2014/2015 do elenco comandado pelo ótimo técnico Guerrinha estão aí e falam por si: foram 84 jogos (algo realmente absurdo), 70 vitórias (83% de aproveitamento), três troféus (Liga Sul-Americana, Liga das Américas e Paulista – se alguém aí quiser colocar os Jogos Abertos do Interior pode incluir também), a primeira final de NBB da história da cidade e a chance de, no começo da próxima temporada, jogar o Mundial Interclubes contra o Real Madrid em São Paulo (ainda não se sabe se na capital ou em Marília). Mas, acreditem, não foi "só" isso (embora ganhar um punhado de troféus já seja o bastante, obviamente).
Com os títulos Bauru se colocou entre os grandes clubes não só do Brasil, mas também da América Latina e mostrou que, com um investidor fortíssimo (o Grupo Paschoalotto), tem tudo para figurar entre os melhores do continente por longo tempo. No cenário interno, com a queda do tricampeão Brasília a dualidade com o Flamengo no NBB tem tudo para perdurar pois são os dois times com maior folha salarial (voltarei ao tema amanhã, prometo). Tão importante quanto ter vencido um punhado de títulos foi, portanto, ter se colocado entre os melhores de 2014/2015 e saber que o futuro tem tudo para ser brilhante.
Para a próxima temporada, acho que está claro para todo mundo o que Bauru deve fazer: reforçar o seu elenco (principalmente no garrafão), conseguindo fazer uma rotação mais larga (quando Jefferson Willian saiu a queda de rendimento foi muito grande e o cansaço na decisão do NBB foi muito nítido), quem sabe com até dez jogadores (o Flamengo campeão utiliza 9 com boa quantidade de minutos), evoluir muito na defesa e encontrar outras fórmulas de atacar que não apenas nas bolas de três pontos (com os tiros longos não caindo neste fim de NBB a equipe teve problemas justamente por não conseguir se virar com outros golpes).
Pode parecer muita coisa, mas se lembrarmos que foi há dois anos que Bauru voltou a conquistar título (o Paulista) depois de quase uma década nem é tanta coisa assim (e nem é mesmo). Buscar vilões, colocar tudo pra baixo e achar que está tudo errado após perder do timaço do Flamengo em uma final de NBB é uma loucura absurda. A verdade é que a equipe mudou de patamar, tornou-se uma das maiores do país e o grau de exigência/cobrança (até pelo investimento apresentado) subirá de todos os lados mesmo (imprensa, diretoria, torcida etc.).
Nada, sinceramente, que deva preocupar demais. Não custa colocar em perspectiva: o NBB foi o único torneio que o elenco bauruense não conquistou na temporada mais fantástica da história da cidade (e isso está longe de ser um vexame, vamos combinar). Agora é refletir sobre o que deu e o que não deu certo, arejar as ideias e já se reforçar para os próximos campeonatos.
O Mundial contra o Real Madrid já está fazendo a curva. É bom Bauru estar preparado porque o desafio será imenso.
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