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Bala na Cesta

Contra LeBron James, as armadilhas de Thibodeau, técnico do Bulls

Fábio Balassiano

06/05/2015 11h30

thibs1Tom Thibodeau tem pesadelos com LeBron James desde que era assistente-técnico em Boston. Encontrar fórmulas para deter o ala, então no Cleveland, era a sua missão. Quando tornou-se técnico do Chicago os elementos mudaram (LBJ estava no Miami com Dwyane Wade e Chris Bosh), mas a tarefa nos playoffs do Leste, não. Para vocês terem uma ideia, Thibs já contabiliza oito confrontos contra times de LeBron nos últimos dez anos.

E como manda o figurino do esporte norte-americano (cada vez mais estudado, cada vez mais monitorado), o técnico do Bulls teria que tentar algo diferente contra o Cleveland nos playoffs da 2014/2015 para não repetir táticas de jogos anteriores. Pela primeira vez em três anos com Derrick Rose na mistura do Bulls, o treinador sabia que teria algo distinto no ataque. A questão era: como segurar LeBron desde o começo da série?

lebron5A julgar pela primeira partida de segunda-feira (vitória do Bulls em Cleveland por 99-92), Thibs tem fórmula interessante. Contra LeBron, Jimmy Butler em quase todos os momentos. Mas não só o excepecional camisa 21 em cima do melhor jogador de basquete do planeta (não confundir com "o melhor jogador da temporada", que é mesmo Steph Curry). Thibodeau colocou SEMPRE um de seus pivôs (Joakim Noah, Pau Gasol ou Taj Gibson) para ficar na cobertura direta, evitando arremessos livres perto da cesta e quase que exigindo chutes longos por parte de LBJ. Muita gente estranhou que Nikola Mirotic quase não tenha jogado, mas Taj Gibson tem muito mais mobilidade para fazer as dobras, retornar para a cobertura e ainda assim defender o seu oponente no garrafão.

lebron3Passar por Butler o camisa 23 até que conseguia, mas não dava para arriscar uma marcação dupla, ou tripla, no garrafão. Inteligente, LeBron conseguiu detectar o que a "defesa lhe pedia" e começou a quicar a bola para seus companheiros arremessarem de fora. E com o esquema de David Blatt de três arremessadores no perímetro (Iman Shumpert, Kyrie Irving e Mike Miller), a saída mais recomendável era mesmo passar. O problema? Seus companheiros tiveram apenas 7/23 de três pontos, dando ainda mais confiança para o Chicago executar seu plano do começo ao fim.

lebron1Não dá pra dizer que LeBron James jogou mal. Seus 19 pontos, 15 rebotes e 9 assistências são números respeitáveis. Mas são "apenas" números. Contra a marcação ferrenha, LeBron não conseguiu ser dominante e teve que fazer muita "força" para construir seus pontos. Como os americanos dizem, ele nunca entrou em ritmo, não se sentiu dono da situação. O resultado prático é que a marcação dupla do Chicago deu resultado. LeBron James desperdiçou seis bolas (em cinco jogos de mata-mata este ano já são 5+ erros/jogo) e teve 2/10 em arremessos de fora do garrafão (figura ao lado). Com isso o Chicago teve força para vencer a primeira batalha e colocar algumas pulgas atrás da orelha do Cavs.

lebron7Parece muito claro que a série que continua hoje (20h de Brasília) terá novos capítulos e ajustes por parte do Cleveland (colocar Tristan Thompson de cara, fazendo com que o canadense force o jogo perto da cesta é uma boa alternativa), mas o objetivo do Chicago nesta primeira perna de playoff contra os Cavs era voltar de Ohio com uma vitória na bagagem. Isso a equipe já conseguiu. Graças aos 66 pontos do trio Rose, Butler e Gasol, mas principalmente a um esquema defensivo que fez LeBron James jogar bem menos do que a gente está acostumado a ver.

O que será que acontece hoje em Cleveland? Os Cavs reagem? Ou os Bulls regressam a Illinois com 2-0? Comente aí!

 

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