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Bala na Cesta

Os grupos do Pré-Olímpico masculino - dúvida é saber que seleção jogará

Fábio Balassiano

26/03/2015 08h36

ruben2Foi conhecido ontem o caminho da seleção brasileira masculina no Pré-Olímpico deste ano em Monterrey, México (entre 25 de agosto e 6 de setembro). O time de Rubén Magnano caiu no Grupo A, ao lado de México, Panamá, República Dominicana e Uruguai. No B estão Canadá, Cuba, Porto Rico, Argentina e Venezuela (mais aqui, aqui e aqui).

Na primeira fase as equipes se enfrentam dentro do grupo. As quatro melhores de cada chave seguem para a segunda etapa, quando será formado um grupo único com as equipes duelando contra os que integraram o outro grupo (carregando os resultados, é bom frisar). As quatro melhores avançam para as semifinais. São duas vagas diretas para as Olimpíadas de 2016, e do terceiro ao quinto lugares indo para o Pré-Olímpico Mundial (disputado entre 4 e 11 de julho de 2016).

rubenTime por time, creio que o Brasil não deva se preocupar (e isso está até dito pelo treinador ao site da CBB). O que deve estar tirando mesmo o sono de Magnano é tentar imaginar com quem contará para o Pré-Olímpico e com que tipo de preparação ele será agraciado pela Confederação Brasileira. Não custa lembrar: em 2013, no Pré-Mundial, a convocação poderia ter sido melhor e os amistosos não foram de primeira linha. E quanto a isso o argentino é muito mais vítima do que qualquer outra coisa (ele acaba pagando, mesmo, pela desorganização de sua empregadora na verdade).

ruben1Fica difícil, sinceramente falando, imaginar que Magnano possa contar com todos os jogadores que atuam na NBA. E isso não é uma desculpa antecipada ou o papel de advogado de defesa, mas sim uma simples análise da situação toda.

Anderson Varejão já não virá devido a sua grave lesão (isso é certo e colocar seu nome na lista de convocados é, de cara, um absurdo). Nenê sofre com sua fascite plantar e tem minutos limitados no Wizards há dois anos. Leandrinho e Splitter, por sua vez, têm tudo para ir longe na temporada com Warriors e Spurs. Some isso tudo ao fato de, potencialmente, estes atletas que jogam mais de 100 vezes em menos de 8 meses na NBA poderem vir a atuar na seleção brasileira em 2012 (Olimpíadas), 2014 (Mundial via convite), 2015 (Pré-Olímpico) e 2016 (Olimpíadas). São quatro vezes em cinco anos, algo que não acontece em nenhum lugar do mundo com atletas que jogam na liga norte-americana (ainda mais com jogadores de mais de 30 anos).

rubenfinalVai ser duro, vai ser bem complexo o Pré-Olímpico devido a isso. Por isso é bem importante que coloquemos tudo em perspectiva neste momento turbulento do basquete brasileiro. Esta, reitero o ponto que falei na semana passada, era uma temporada que Rubén Magnano e seus assistentes deveriam usar para descansar os jogadores mais veteranos e testar novas peças tanto em Pan-Americano e em um Pré-Olímpico que não deveria ter validade alguma caso a CBB tivesse honrado com seus compromissos financeiros com a FIBA (leia-se pagar o convite do Mundial de 2014 na Espanha) e ratificado a vaga ao país-sede logo no começo do ano (algo que ainda não ocorreu e que só será definido entre 18 e 20 de junho).

nunes11Como não pagou o convite, como você viu em matéria exclusiva do UOL, a Federação Internacional sufoca a entidade máxima do basquete brasileiro até a última gota. Sem saber o que fazer, ou com o que contar em relação a vaga cativa, o treinador terá mesmo que tentar convocar a sua força máxima sem saber de fato o que terá em mãos devido a situação de seus atletas mais veteranos (e mais cansados).

Situação triste, lamentável, deprimente (para dizer o mínimo) e que mostra bem o nível bizarro de organização/planejamento que tem imperado na Confederação Brasileira há séculos sem que nada seja feito por ninguém por aqui (o silêncio de atletas, clubes e dirigentes da própria modalidade é bem chocante aliás).

nunes1No final das contas disputar o Pré-Olímpico em Monterrey com a obrigação de conseguir a classificação para os Jogos de 2016 não era bem o que o Brasil imaginava. Todos, incluindo aí o técnico Rubén Magnano e seu elenco (leiam a entrevista de Tiago Splitter ao site da FIBA), esperavam uma vaga cativa para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, mas, tendo em vista o imbróglio financeiro / administrativo formado com a Federação Internacional, até que tenhamos alguma mudança nesta questão o resultado terá que ser feito mesmo é na quadra.

É recomendável que a Confederação Brasileira comece a se planejar desde já.

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