Sobre a incrível ausência de Magnano e Zanon no Jogo das Estrelas em Franca
Não sei se dava pra esperar algo diferente da turma da Confederação, esta entidade que faz tudo menos trabalhar para colocar o basquete nos trilhos e popularizar a modalidade por aqui. Mas o fato é que apenas o presidente Carlos Nunes deu as caras no Jogo das Estrelas do NBB e da LBF em Franca.
Vanderlei, o coordenador técnico? Nada. Rubén Magnano, o treinador da seleção masculina? Necas. Luiz Augusto Zanon, técnico da equipe feminina? Esqueça isso. E isso pegou muito mal, com as ausências sendo comentadas por todos – atletas, dirigentes, imprensa, torcedores e técnicos.
Comecemos por Rubén Magnano, a quem respeito bastante (o preâmbulo é sempre necessário). Técnico da seleção masculina e aquele que quase ninguém neste país pode criticar (para ele há um escudo anticrítica que eu sinceramente nunca vi igual neste país), ele treinou na Copa do Mundo de 2014 na Espanha e depois ninguém mais viu por aqui. Uma aparição em uma partida do Minas (depois de um Congresso do COB/Ministério, diga-se) e quase nada mais. Jogos do NBB? Partidas da Liga de Desenvolvimento de Basquete, o maior campeonato Sub-22 do país? Em nada disso pôde-se ver Magnano.
Não ir a Franca foi apenas a manutenção da (sua) coerência (ou da falta dela) de não acompanhar de perto o que acontece por aqui. Chega a ser irônico que o MVP do Jogo das Estrelas do NBB tenha sido um jovem rapaz de 23 anos que deveria estar sendo monitorado de pertinho por todos na entidade máxima, não? Em tempo: ele afirma que vê tudo (jogos e números) pelo computador, o que não duvido e é bastante aceitável. Mas conversar com atletas e técnicos, ver treinos, é ainda mais recomendável.
Por incrível que pareça o caso mais grave não fica com Magnano, que tem praticamente a equipe pronta para as Olimpíadas de 2016, mas sim com Luiz Augusto Zanon, cujo elenco passa por uma imensa transformação e ainda carece de identidade. O simpático técnico do time masculino de São José no NBB também dirige a seleção feminina brasileira. Quantos jogos ele viu da LBF? Será que ele foi ver alguma partida do time da cidade no campeonato feminino? As respostas não são positivas, pelo que me consta. No Jogo das Estrelas, ele sequer deu as caras para conversar com meninas que ele deverá convocar em menos de três meses. Meninas, em sua maioria, jovens e que não conversam com ele há tempos. Se o objetivo do treinador era fazer a tão necessária renovação da equipe nacional, não seria mais prudente acompanhar as suas evoluções e rendimentos bem de pertinho?
Ficam as perguntas: Quem cobra de Zanon e Magnano? Vanderlei? Vanderlei que não esteve em Franca também? Desculpem a sinceridade, mas beira a brincadeira que em um ambiente que cada vez mais tenta ser profissional, transparente e crível (a NBA não investiria grana e tempo na Liga Nacional caso fosse algo pouco confiável , certo?) a Confederação ainda esteja patinando no básico. Se não precisa organizar os campeonatos adultos, o mínimo que os funcionários da entidade máxima deveriam fazer é monitorar, acompanhar, saber TUDO o que está acontecendo com os atletas (da base ao adulto) deste país. E o que é feito? Quase nada.
Ninguém vai falar abertamente (principalmente os atletas que sonham em jogar as Olimpíadas de 2016 e dependem de convocações dos técnicos para realizarem seus sonhos), mas um (ou uma) atleta confessou a este blogueiro no hall do hotel em Franca: "A gente não vê os técnicos há mais de três meses. Não assistiram a muitos jogos, não compareceram a treinos e depois vão querer cobrar comprometimento da gente e dos atletas que jogam fora. Complicado, você não acha?". Alguém discorda?
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