Revelação, Leo Meindl mira título por Franca e sonha com NBA
Não há, no elenco do Franca Basquete atual, alguém mais aplaudido que Leonardo Simões Meindl. Filho de Paulão Berger, lendário ex-jogador francano e assistente de Lula Ferreira na equipe principal, Leo teve um crescimento técnico incrível de duas temporadas para cá. Saltou de 11,8 para 16,8 pontos de média, tornando-se peça-chave para o elenco e figura querida entre os torcedores mesmo com apenas 21 anos (faz 22 em 20 de março). Há, inclusive, uma música cantada exclusivamente para ele no Pedrocão.
Nascido na cidade, conhecendo todos no ginásio, Leo conversou com o blog sobre a crise financeira pela qual passa o basquete de Franca, sua carreira, seus planos, sonhos e muito mais. Confira!
BALA NA CESTA: Qual o tamanho da emoção de participar do Jogo das Estrelas em Franca e tendo seu pai, o Paulão (foto à esquerda), como um dos jogadores do Desafio de Arremessos? Esperava jogar com ele?
LEO MEINDL: São emoções parecidas. Sempre tive vontade de participar de uma festa dessas e estou realizando este sonho. Além disso, sempre quis jogar com meu pai, de vê-lo mais de perto em quadra. Todo filho de atleta sonha com isso. O André, filho do Valtinho, está realizando isso com ele agora. Não participei com ele, mas vê-lo em quadra já é ótimo. Muito feliz por isso. Tinha vontade de jogar o Desafio de Arremessos com ele, mas isso não partia de mim. Ele estava feliz e é isso que importa.
BNC: E esta sua temporada? Concorda que é a da afirmação? Você passou de um jogador promissor para uma realidade…
LEO: Um dos pontos chaves que eu precisava mudar para me tornar um atleta mais efetivo era a parte física. Isso estava muito claro para mim e procurei, nas férias, me preparar para começar bem esta temporada 2014/2015. Ainda tenho que melhorar muita coisa, da parte técnica a física, mas eu queria dar um passo a mais, ir além do que tinha ido no NBB passado. Melhorei muito fisicamente, perdendo peso, ganhando massa muscular, mas sei que ainda não cheguei no meu auge. Posso e irei melhorar nisso também. Vejo-me em uma crescente grande e estou feliz de estar fazendo um bom NBB por Franca. A mudança basicamente foi esta. Psicologicamente eu já me sentia preparado, me sentia bem em quadra. Já tinha, desde o ano passado, noção do que deveria fazer, dos momentos em que eu deveria atacar a cesta e outros que não. A grande chave mesmo foi a parte física.
BNC: O que você fez especificamente para melhorar em termos físicos? Imagino que você deva ter procurado profissionais de algumas áreas.
LEO: Busquei melhorar a alimentação através de um nutricionista. Queria perder gordura e ganhar massa. Ainda não cheguei no que preciso, mas já deu uma boa melhorada em relação a temporada passada. Na parte física a mesma coisa. Também faço treinos com elástico para fortalecer as pernas, essas coisas. Tudo o que puder fazer para melhorar eu irei tentar. Não dá pra pensar diferente no basquete profissional.
BNC: Você joga em um time que tem o Marcos Mata, jogador argentino experiente e que sem dúvida pode lhe acrescentar muito. No que ele te ajuda no dia a dia?
LEO: Olha, vou te dizer. Ele me assustou muito positivamente. Quando o Mata foi contratado eu pensei que ele seria mais na dele, até um pouco arrogante por se tratar a estrela do time. A gente sempre pensa isso, né? Mas não é nada disso. Muito pelo contrário. Ele me ajuda, me passa conselhos, é um cara totalmente de grupo, que faz tudo pensando na equipe e isso é fantástico para todos nós. Contar com o talento dele é excelente. Contar com os conselhos dele no dia a dia, ainda mais. Estou aprendendo muito com ele e tento também passar algumas coisas para ele sobre a cidade e a equipe.
BNC: Você falou que precisa melhorar. Em que partes do seu jogo você acha que há mais espaço para evoluir?
LEO: Acho que ofensivamente eu posso fazer a infiltração mais forte. Nas bolas perto da cesta eu às vezes dou uma passada muito longa. No ataque é isso que preciso melhorar. Na defesa todos os jogadores precisam melhorar no um contra um. E eu não sou diferente. Já melhorei nisso, mas posso desenvolver ainda mais a questão de antecipação de passe, de tirar a linha de passe.
BNC Alguns times têm procurado saber de você para o próximo Draft, o último que você pode participar, e queria saber se isso também está no seu radar…
LEO: Fiquei sabendo, sim, de alguns boatos sobre Draft, mas nada de concreto. Isso eu deixo na mão dos meus agentes. Se a gente ficar se preocupando com tudo o que houve perde concentração, é terrível. Tento fazer o meu melhor. Estou em um bom campeonato e deixo que essas coisas de futuro aconteçam naturalmente. Dizer que espero não fazer parte do Draft ou da NBA seria mentira da minha parte, mas tento fazer o que eu posso fazer – treinar, treinar e treinar. Jogar na NBA é um sonho grande que espero realizar. Quem sabe um dia…
BNC: Você conversa com os meninos mais novos que foram pra lá agora, Bruno Caboclo e Lucas Bebê? Tenta saber como são as coisas lá…
LEO: Com o Caboclo, não. Só o conheço de jogar contra e não nos falamos tanto. Já com o Lucas, sim. Atuamos em seleções de base juntos, somos amigos e conversamos algumas vezes, sim. Ele me passa que os treinos são muito fortes, que a preparação é muito intensa e sempre passa pra mim que é um sonho que não é tão distante assim. Ele sempre me diz para eu treinar pesado, duro, que posso chegar.
BNC: Sei que é muito cedo, você é muito jovem, mas daqui a alguns anos como você espera que esteja a sua carreira? Passa pela sua cabeça jogar na NBA, mas é um objetivo forte sair de Franca com um título importante para o clube e para a cidade?
LEO: Sem dúvida que sim. Não estou pensando em sair agora, isso realmente não está no meu radar. Tenho objetivos, sonhos, mas nada realmente concreto. A situação daqui está complicada pra nós. Financeiramente tivemos problemas, mas tem melhorado. Esportivamente é ainda mais difícil, pois há tempos o Franca Basquete não ganha nada (desde 2007). Quero muito dar este título ao Franca, a cidade, mas principalmente duas pessoas que me apoiaram e seguem me apoiando bastante – meu pai e o técnico Lula Ferreira, que desde que chegou aqui só me passa coisas boas e muita confiança. A curto prazo é isso. Ser campeão ao lado de pessoas que gosto tanto. Depois disso, quatro cinco anos pra frente, é pensar em estar na NBA, com espaço, confiança. Vou lutar muito para conquistar todos os meus objetivos.
BNC: Tem alguém que você olha e se espelha?
LEO: Sempre gostei e sigo gostando muito de jogadores técnicos, dos que usam muito a cabeça e a habilidade para atuar. Gosto muito do Kevin Durant, do LeBron James, mas na minha fase de transição da base para o adulto o cara que eu mais olhei foi sem dúvida o Manu Ginóbili, do San Antonio Spurs. Além da parte técnica dele, que é incrível e todo mundo nota, ele pensa no grupo ao invés de pensar só nele, tem sempre o ideal coletivo na frente. Isso chama muito a atenção também.
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