'Renascido', Mogi chega a 7 vitórias seguidas e embala no NBB

O final de 2014 e o começo de 2015 não foram muito bons para Mogi. O time perdeu três seguidas em casa (São José, Bauru e Franca), viu o técnico Paco Garcia (mais uma vez) balançar no cargo e os reforços trazidos para esta temporada foram colocados em dúvida. Foi um momento delicado. Passados quase 30 dias o que vemos, agora, são 7 vitórias seguidas (a última ontem diante de sua torcida contra Limeira por 98-82), a campanha de 14-6 e a terceira colocação no NBB.

O mais interessante desta sequência de vitórias dos mogianos é que seis dos sete triunfos vieram fora de casa. Caíram para o time de Paco Garcia Basquete Cearense, Brasília, Uberlândia, Minas, Palmeiras e Pinheiros. Todos os derrotados (inclusive Limeira nesta quarta-feira) não conseguiram superar a marca de 86 pontos, prova de que a defesa, um dos trunfos do time desde que o espanhol Paco assumiu há três temporadas, está melhorando, está "pegando" mais.

Mas não foi só isso, obviamente. Em que pese a fase ruim de Paulão (média de 17 minutos e 6,9 pontos apesar dos 17 pontos e 11 rebotes de ontem), os reforços trazidos para essa temporada começaram a render absurdamente bem. O jovem Gerson, de 23 anos (olho nele!), é um dínamo nos rebotes (é o terceiro no campeonato, com 7,7 de média). O bom armador Elinho (foto à direita) tem conseguido conjugar sua sanha por pontuar com sua principal função (a de organizar o time em quadra). O norte-americano Tyrone Curnell, errático até o final do ano passado, desencantou (6 das 7 partidas da sequência vitoriosa vieram com 10+ pontos dele).

Isso tudo, porém, não seria suficiente se não fosse a brilhante fase de Shamell. Em sua primeira temporada no clube, o ala norte-americano de 34 anos é o líder em pontos do atual NBB (20,6 pontos), o segundo que mais bate lance-livre (6,1, atrás apenas de Holloway, do Paulistano) e tem sido fundamental nesta excelente fase de Mogi no campeonato. Com o que tem jogado, Shamell é sério candidato ao prêmio de melhor jogador da temporada ao lado de Alex Garcia (Bauru) e David Jackson (Limeira).

Mogi renasceu, e com Shamell no comando o time tem tudo para brigar forte nos playoffs dessa temporada. Paco Garcia, como ele mesmo disse a mim em entrevista recente (mais aqui), deve ser um chato de galocha no dia a dia (ele talvez não conheça esta expressão, mas alguém poderá explicá-lo), mas é um grande treinador e merece ser exaltado por aqui a cada dia. Sob sua batuta os mogianos podem sonhar em repetir ou ir além da surpreendente e honrosa semifinal da temporada passada.