Invicto desde que Josh Smith saiu, Detroit escreve história incrível na NBA
No final do ano passado o Detroit chocou a todos quando demitiu Josh Smith sem muita cerimônia (mais precisamente em 22 de dezembro). Não fez troca por um mísero pick de segundo round de Draft. Foi demissão, rescisão mesmo. A equipe preferiu pagar os restantes US$ 25 milhões de salários pelas próximas cinco temporadas a ficar com Josh por lá.
Foi estranho, mas a diretoria inteira admitia que algo precisava ser feito. Josh Smith havia sido contratado duas temporadas atrás para ser "a cara da franquia" pelos próximos anos por Joe Dumars (antigo mandatário dos Pistons), mas Stan Van Gundy, que assumiu no lugar de Dumars antes dessa temporada, não quis saber muito e mandou Josh às favas muito rápido por detectar que com a saída dele o espaço para jovens jogadores (Brandon Jennings, Andre Drummong, Greg Monroe e Caldwell-Pope, por exemplo) poderia aumentar com a saída do veterano ala que acabou indo para o Houston Rockets (veja mais aqui).
Naquela altura dos acontecimentos o Detroit tinha tenebrosos 5-23, amargava uma das piores campanhas da história da vitoriosa equipe, a média de público era de tenebrosos 13,7 mil pessoas/jogo e a taxa de ocupação do ginásios de sofríveis 62,5% (isso para uma cidade que AMA basquete e que sempre apoiou a equipe…). Stan Van Gundy concretizou o óbvio: Josh NUNCA poderia ter sido contratado pelo absurdo que foi US$ 54 milhões por quatro anos). Talvez Stan tenha pago caro demais (arcando com o salário dele todo por mais cinco temporadas), mas ele precisava corrigir um grande equívoco de Dumars e assim o fez.
Passaram 20 dias e a história é a seguinte: sem Josh Smith o Detroit venceu sete seguidas (Pacers, Cavs, Magic, Knicks, Kings, Spurs e Mavs), tem sete vitórias seguidas (12-23 ao todo) e agora, vejam só vocês, parece até um time de verdade (a última veio ontem contra o Dallas por 108-95).
Ouvido depois de vencer o Dallas, no Texas, por ótimos 108-95, Stan Van Gundy disse que a boa fase de seu time pode ser atribuída a uma singela palavra: "Treinamento". Stan se refere aos três dias seguidos (entre 22 e 24 de dezembro) em que a equipe se fechou em Detroit para treinamentos pesados depois que Josh Smith foi demitido ("foram melhores que a pré-temporada inteira", afirmou um atleta em anonimato à ESPN), mas não sei se é bem "só" o treinamento que faz dos Pistons agora uma equipe que tem jogado um basquete de alto nível (ninguém vence Spurs e Mavs na sequência à toa). A última vez que o Pistons havia vencido Spurs e Mavericks fora de casa na mesma temporada o time titular era Lindsey Hunter – Joe Dumars – Grant Hill – Terry Mills – Otis Thorpe (1996/1997).
O fato, para quem vê o Detroit jogando agora, é que os Pistons jogam realmente como time. Lembro que no primeiro jogo na Era Pós-Josh os primeiros cinco arremessos convertidos foram de cinco jogadores diferentes. E é mais ou menos assim que tem funcionado. Não há estrelas, não há tiros precipitados, não há alguém que tenha que arremessar 20 bolas/jogo. Nestes sete jogos a equipe tem quatro cestinhas diferentes, seis jogadores com 10+ pontos no período (Jennings, Monroe, Drummond, Caldwell-Pope, Augustin e Meeks), 107,8 pontos a favor (10 a mais que o restante da temporada), 92,8 sofridos (sete a menos que os quase 100 levados por noite até o fim de dezembro), mais força no garrafão (10% a mais de pontos perto da cesta) e mais assistências (10% a mais de passes para cesta).
Em resumo: o Detroit de 2014/2015 está jogando, agora, como o velho Detroit. Não sei bem onde isso vai dar (em casa, o rival de amanhã é o Atlanta, líder do Leste e jogando muitíssimo bem), mas é bacana ver que o Detroit está conseguindo jogar com a essência dos três times campeões (atuando de forma coletiva, sem estrelismos) com intensidade defensiva e passando muito bem). Mérito do cabeça-boa Stan Van Gundy, que já havia feito bom trabalho no Orlando. O treinador/gerente-geral teve coragem para mudar, o elenco "comprou o barulho" da saída de Josh Smith e os resultados estão vindo.
Por vias tortas, o Detroit Pistons de Stan está escrevendo uma das mais incríveis da temporada 2014/2015 da NBA, concordam? Comentem aí!
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