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Bala na Cesta

Thibodeau dá aula de gestão de crise em Chicago com mais uma lesão de Rose

Fábio Balassiano

04/11/2014 01h05

tom1Quando chegou ao Chicago Bulls para a temporada 2010/2011, Tom Thibodeau tinha o emprego sonhado por muitos técnicos. Franquia renomada em busca de voltar aos tempos de glória, um craque na figura de Derrick Rose, um elenco de apoio de respeito chefiado por Luol Deng e uma torcida fanática. Ex-assistente do Boston Celtics campeão anos antes, Thibs, como é conhecido, era a figura certa para o time certo.

O tempo passou, e nem tudo andou conforme o planejado. Na temporada de estreia, 62 vitórias, mas eliminação para o Miami nas finais do Leste. No campeonato seguinte, Derrick Rose se machucou com gravidade. Em 2012/2013, o camisa 1 não pisou na quadra. Em 2013/2014, o armador começou a jogar, mas logo se lesionou de novo. Para começar os trabalhos do atual certame, Rose torceu o tornozelo contra o Cleveland na sexta-feira e desde então não atua.

tom2Para o jogo desta noite contra o Orlando, em Chicago, Rose é dúvida. Tom Thibodeau disse o seguinte: "Vamos avaliá-lo, os médicos irão avalia-lo, mas isso é o menos importante. Se ele nos disser que não está bem ele não vai jogar. Terei toda a paciência que ele precisar. Derrick (Rose) é importante para nós e só vai entrar na quadra se estiver se sentindo bem e confiante para atuar".  Tão simples quanto isso.

Acho que não é preciso dizer o tamanho da pressão que há em Chicago – e em cima de Thibodeau para escalar Derrick Rose. A franquia está faminta por um título que não vem desde o arremesso contra o Utah Jazz há quase 15 anos. A torcida grita a cada vez que Rose se machuca. A diretoria troca jogadores em desesperadas tentativas de colocar um elenco em posição de ganhar um troféu. Um barril de pólvora, sem dúvida alguma.

tom31Mas é em meio a este clima difícil que a gente consegue ver um pouco sobre como cada um lida com as mais diversas crises. Em NENHUM momento Thibodeau colocou Derrick Rose no fogo, como se diz popularmente. Em NENHUM momento o treinador criticou a diretoria por ter perdido Luol Deng. Thibs nunca foi visto reclamando de coisa alguma. Mais do que um treinador, ele tem se mostrado um grande líder dentro de uma franquia que tem tentado, mas não tem conseguido encontrar seu rumo. Sua paciência é elogiável. Seu modo de conseguir fazer com que seus jogadores não desistam mesmo nas piores situações, mais ainda.

Ser o comandante do Chicago Bulls não tem sido nada fácil nos últimos meses, mas ele parece estar tirando tudo de letra. É óbvio que não é fácil, ele mesmo deve ter inúmeras crises existenciais em relação a isso, mas além de excepcional treinador Thibodeau surpreende pelas valiosas lições de gestão de crise que tem dado ultimamente. Merece ser ainda mais reverenciado na NBA.

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