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Bala na Cesta

Campeão e vice mundial jogando, Marcelo Vido mira título com Flamengo

Fábio Balassiano

22/09/2014 01h00

vido33O Flamengo começa a preparação final para a disputa do Mundial de Clubes  contra o Maccabi Tel-Aviv nesta semana (os jogos serão na sexta-feira às 21h30 e domingo ao meio-dia – ambos com transmissão da FoxSports e do Sportv) querendo anunciar a contratação de um pivô para estas duas partidas (o nome mais comentado é o de Derrick Caracter, que atuou pelo Lakers). Enquanto não concretiza a negociação, Marcelo Vido, Diretor Executivo de Esportes Olímpicos do rubro-negro, tenta conter a ansiedade com a disputa de mais um mundial – o primeiro como dirigente. Campeão pelo Sírio em 1979, ele foi vice em 1980 justamente contra o Maccabi que agora será seu adversário. Vamos ao papo com ele.

BALA NA CESTA: Você foi campeão mundial como atleta em 1979, e agora, 35 anos depois, tem a chance de vivenciar isso novamente só que como dirigente. Como você está se sentindo?
MARCELO VIDO: Olha, é bom viver esses momentos, ter essa oportunidade de novo. O Flamengo, por merecimento, está disputando esse título e vamos enfrentar um clube extremamente difícil, que é o Maccabi Tel-Aviv. São campeões europeus com merecimento, tendo vencido na final um fortíssimo Real Madrid na prorrogação do Final Four da Euroliga. Se você pegar os últimos 30 anos, o Maccabi sempre esteve disputando entre os melhores da Europa. Não vou dizer que é uma escola, um estilo, mas que é um programa que dura aí 20 anos. É algo, inclusive, que pensamos em fazer parecido aqui no Flamengo. O clube tem uma história linda, muito rica no basquete e queremos que essa história se perpetue por mais e mais anos. A ansiedade é grande para termos uma grande participação.

vido1BNC: Você falou do Maccabi, e quando você atuou por Franca enfrentou e perdeu um Mundial para o time israelense em 1980, certo?
VIDO: Sim, é isso mesmo. Em 1979 eu fui campeão Mundial jogando pelo Sírio contra o Bosna e no ano seguinte estava com o Franca para a disputa do Intercontinental em Sarajevo, Iugoslávia (aqui , aquiaqui). Tenho muito orgulho de ter sido campeão com o Sírio, até hoje o único time brasileiro a ser campeão do mundo. Em 1980, foi um torneio dificílimo. Além do Maccabi, que acabou sendo o campeão, Real Madrid, Franca, Bosna e um combinado de atletas da NCAA jogaram. Foi um torneio de turno único, perdemos apenas um jogo, justamente para o Maccabi Tel-Aviv e ficamos com o vice-campeonato mesmo tendo ganho de suas equipes fortíssimas. Batemos o Real Madrid por 116-73 e o Bosna por 81-80, mas não ficamos com o caneco. O interessante é que foi o único título Mundial do Maccabi até o momento. Tem um gosto especial.

BNC: Tem um gostinho especial enfrentar o Maccabi Tel-Aviv neste Mundial então?
VIDO: Sim, tem. Mas muito mais do que o meu gostinho especial de ver meu clube enfrentando o Maccabi é a chance que o Flamengo tem de disputar esse torneio para, quem sabe, conquistar o título mundial que seria muito importante.

vido1BNC: Há alguma coisa que você possa transmitir à comissão técnica? O regulamento do Mundial é diferente, tem a questão do saldo de cestas, por exemplo.
VIDO: Sem dúvida que é um formato de campeonato totalmente diferente daqueles que estamos acostumados a jogar. É o ideal? Não, não é. Mas o Mundial está voltando agora. Ficou um período muito grande sem ter esse tipo de competição, voltou recentemente e acredito que estamos passando por essa fase de ajuste no formato. Serão dois jogos, com essa questão do saldo que você cita em caso de um vencedor diferente em cada partida e isso precisa realmente ser muito pensado por todos nós. Nem sempre uma derrota no primeiro jogo é um resultado ruim. Jogadores e comissão técnica estão cientes, principalmente no final do jogo. Um exemplo: estar atrás por dois pontos não sei se vale a pena fazer uma falta. Pode ser prejudicial, a diferença pode aumentar. É preciso estar com tudo isso na cabeça.

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