Brasil bate Sérvia, garante 2º lugar e vence europeus pela 1ª vez desde 90
Com uma atuação exuberante no primeiro tempo (pode colocar o adjetivo que quiser que tá valendo) e titubeante no segundo o Brasil acaba de vencer a Sérvia por 81-73 em Granada, na Espanha, para "garantir" a segunda posição do Grupo A (só não fica na segunda colocação caso perca do Egito amanhã, mas isso seria uma catástrofe tão grande que é melhor nem pensar nisso). Em que pese o apagão no terceiro período, foi a melhor atuação da equipe no Mundial – e eu me arrisco a dizer que uma das melhores na última década também.
Além do triunfo, a seleção masculina quebrou uma escrita: desde 1990 o Brasil não vencia dois europeus no mesmo Mundial. Naquele ano, o time de Hélio Rubens, que terminaria em quinto lugar, venceu a Itália na abertura (125-109) e a Grécia por 97-94 no último jogo da competição (Oscar Schmidt fez surreais 44 pontos). Desde então, o retrospecto contra equipes do continente era de 3-12, com vitórias picadas em 1994 (Alemanha), 2002 (Turquia) e 2010 (Croácia). Em 2006 e 1998 o país passou em branco contra as seleções do velho mundo. Na Copa de 2014, França (na primeira rodada) e Sérvia (há instantes) já foram derrotados pelo Brasil.
O primeiro tempo do Brasil foi um colírio, um primor, um dos melhores que já vi uma seleção fazer. Defendeu muito bem, atacou com paciência, rodou a bola, foi perfeito na transição (ofensiva e defensiva) e trouxe a Sérvia ao limite físico (algo que ela não está acostumada). No português claro, o time de Magnano JANTOU os sérvios vivos (com Leandrinho fazendo 11 incríveis pontos). E a cara do técnico Aleksandar Đorđević, com um espanto absurdo pelo que estava acontecendo na quadra de Granada, dizia tudo.
Fez 23-16 no primeiro período, 25-16 no segundo e foi para o intervalo com a confortável vantagem de 16 pontos. Apenas como observação relevantes dos primeiros 20 minutos. Contra a França, ao todo, foram 65 pontos. Diante da Espanha, 63. Contra a Sérvia, 48 para ir ao vestiário. Precisa dizer mais que isso? Não, né?
Por isso vale o elogio (até aquele momento). O que o Brasil fez nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2014, em 20 minutos tem um nome: BASQUETE. Com maiúscula mesmo. Alto nível! Defesa, ataque, transição. TUDO, pacote completo. Não há como não terminar este texto sem dizer uma coisinha fundamental e muito merecida para Rubén Magnano e seus comandados: PARABÉNS.
Mas aí veio a segunda etapa, e o Lado B do Brasil entrou em quadra. A defesa saiu de cena, a intensidade caiu, o ataque começou a precipitar bolas e a Sérvia apareceu (enfim) pra jogar. No final do período, placar de 32-12 para os europeus, que foram liderando por quatro para o período derradeiro. O Brasil, de forma assustadora, conseguiu a proeza de levar, em 10 minutos, o mesmo número de pontos que havia tomado nos 20 minutos iniciais. E isso diz tudo também.
O último período veio, e o melhor basquete do Brasil retornou à quadra (ainda bem). A equipe voltou a marcar, Marquinhos (foto à direita) foi decisivo na reação que fez o time passar à frente do placar com oito pontos seguidos e a vitória foi se encaminhando com os ótimos 21-9 nos 10 minutos finais. Não sem sofrimento, mas ela, a vitória, veio no final com 81-73.
Seria, sinceramente falando, um verdadeiro pecado se a seleção brasileira perdesse depois do primeiro tempo que fez, mas é bom corrigir o que houve no terceiro período pensando no mata-mata. Um novo apagão em jogo eliminatório pode ser devastador para as pretensões brasileiras na Copa do Mundo. Até aqui, deu para segurar a onda contra franceses e sérvios, mas não convém repetir a dose (a dose ruim) deste remédio em uma partida eliminatória, certo?
Com as vitórias sobre França (65-63) e agora diante da Sérvia (81-73), além da derrota para a Espanha, o desempenho não melhora muito (5-13) contra os europeus, mas os triunfos contra rivais fortíssimos fazem uma marca histórica ser batida (duas vitórias contra os times do continente na mesma competição) e credenciam ainda mais o time de Rubén Magnano para as próximas fases da competição. Sigo otimista.
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