O dilema de Popovich antes do jogo 1 da final da NBA
O San Antonio Spurs que abre a final da NBA contra o Miami nesta quinta-feira (22h, com ESPN) no Texas vive um dilema para o primeiro jogo da decisão: com que formação entrar em quadra? Noves fora a condição física de Tony Parker (a imprensa norte-americana garante que o armador francês, que sentiu dores em seu tornozelo no jogo 6 contra o Thunder, irá para o jogo sem tantos problemas), a dúvida que fica é quem jogará ao lado de Tim Duncan no garrafão.
Para Popovich não é uma decisão que passe simplesmente pelo que ele pensa que deve fazer para seu time, mas principalmente por como o Miami Heat joga e pelos que os duelos individuais podem representar (matchups). Sabemos que a turma da Flórida não joga com um pivô fixo (e não fez isso nem contra o Indiana Pacers, que tem, ou tinha, um pivô forte e pontuador como é, ou era, Roy Hibbert). Contra os Pacers, jogaram com Chris Bosh os alas Chris Andersen, Udonis Haslem e Rashard Lewis. Os quatro estão longe de ser pivôs pesados e que jogam mais fixos perto da cesta. Pelo contrário. Os quatro são leves, ágeis, conseguem correr bem e Lewis e Bosh ainda têm habilidade para arremessar de média e longa distância. O que torna a decisão sobre a distribuição de minutos por parte do técnico adversário uma missão pra lá de fundamental para o andamento da série.
A escolha óbvia do Spurs atenderia pelo nome de Tiago Splitter. Titular em toda a campanha texana na temporada regular e fundamental nas primeiras duas rodadas contra Mavs e Blazers (segurando Dirk Nowitzki e LaMarcus Aldridge), o brasileiro defende bem, protege bem o aro, faz os bloqueios perfeitos para Tony Pakrer investir em direção à cesta e serviria para conter um pouco das infiltrações de Dwyane Wade. Mas Tiago foi sacado contra o Thunder a partir do quinto jogo (e isso foi comentado aqui pelo técnico José Neto, do Flamengo). Os texanos precisavam de um fato novo, diferente, algo que surpreendesse (como surpreendeu) ao OKC. Foi uma surpresa, mas não só isso. Gregg Popovich optou por não jogar com duas peças altas e fortes-porém-sem-chute-de-fora (Duncan + Splitter), mas sim pela combinação de um dos dois com alguém (Boris Diaw ou Matt Bonner) que conseguisse chutar de fora do garrafão, tirando Serge Ibaka de perto da cesta (de sua zona de conforto, portanto).
O problema é que para jogar contra o Miami, que não tem nenhum Serge Ibaka no elenco, o cenário muda de figura mais uma vez. Diante do Heat, mais importante que ter peças para atacar é ter os jogadores certos para defender um time que tem acertado assustadores 54% de seus arremessos na temporada. Não é, portanto, uma opção ofensiva que está em questão, mas sim uma pelo lado defensivo.
Entrar com dois pivôs altos (Duncan e Tiago) mostra uma disposição de Popovich para pontuar bem de perto da cesta (chutes com alto índice de conversão, sabemos), onde o Miami não é nenhuma maravilha, mas também apresenta o risco de o time ser dominado pelo basquete leve e ágil de LeBron James e companhia.
Entrar com um pesado (Duncan) e outro com arremesso de fora (Diaw ou Bonner) parece ser uma opção mais palatável. Outra, que não pode ser descartada, seria igualar o jogo do Miami no famoso 4 abertos, com Duncan perto da cesta cercado por quatro jogadores mais baixos (entrando, aí, Manu Ginóbili entre os titulares).
Isso tudo, obviamente, sem eu sequer ter falado sobre a principal questão para o Spurs nesta série: como parar LeBron James? Kawhi Leonard é fantástico, rápido, razoavelmente forte, mas LBJ é uma força sobrenatural e aprendeu a jogar com e para o time na medida certa. A opção de Popovich sobre seus nomes de garrafão pode, também, resvalar em como um deles (Diaw, Bonner, Tiago ou até mesmo Manu Ginóbili) pode ajudar a conter a sanha do camisa 6 do Miami.
Não que mude algo, pois no basquete titular é aquele que termina, e não aquele que começa, mas a decisão de Popovich poderá ser um indício de como ele tentará ganhar esta série final contra o Miami – e se há alguma fórmula de conter LeBron James. Concordam comigo? Se você fosse Pop, como escalaria o San Antonio Spurs? Comente!
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