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Bala na Cesta

Em jogaço, Flamengo bate Paulistano e conquista tri do NBB

Fábio Balassiano

31/05/2014 17h08

flamengo1

Foi um grandíssimo jogo de basquete (daqueles que ficarão marcados na cabeça da gente por muito tempo). O Flamengo venceu o Paulistano por 78-73 diante de uma HSBC Arena lotadíssima, viu Meyinsse (foto abaixo à direita) ser coroado o MVP, conquistou o tricampeonato do NBB (igualando-se a Brasília como os maiores, e únicos, vencedores do campeonato) e fechou a temporada de forma perfeita (Carioca, Liga das Américas, NBB e, se quiserem contar, a Liga de Desenvolvimento também).

Meyinnse1Antes de falar do jogo, aviso quatro coisinhas: a) Não falarei da arbitragem, pois creio que neste sábado ela extraplou qualquler limite do aceitável em termos (marcou absurdas faltas, carregou os dois times e deixou o jogo feio, baseado praticamente em lances-livres – foram 68 ao todo); b) Sobre a final em jogo único. Todos sabem o que acho (não concordo e não gosto), e não vale ficar remoendo as lamúrias em um dia como o de hoje; c) De acordo com o jornalista Guilherme Giavoni, o jogo liderou a audiência na TV Aberta nos momentos finais (aqui); d) Foi tanta gente assistindo que no mercado, na volta pra casa, o assunto foi o basquete, e não apenas futebol. Obrigado pelo papo maravilhoso, Sr Jorge (aqui).

Sobre o jogo, dá pra dizer que foi um jogaço mesmo. O Flamengo começou a mil por hora, abriu 15-4 e cheguei a imaginar que seria uma surra daquelas. Mas o Paulistano se recuperou, contou com 11 pontos rápidos de Holloway (que depois anotaria apenas mais 4), marcou melhor (principalmente dentro do garrafão), forçou faltas, foi muito ao lance-livre e foi tirando a vantagem pouco a pouco. Os rubro-negros ainda viram Vitor Benite voltar às quadras (falarei sobre ele em texto amanhã), mas a história do segundo quarto mostrou o Paulistano bem demais, muito bem mesmo.

Tanto foi assim que o time de São Paulo foi para o intervalo vencendo (40-38), deixando a HSBC Arena completamente calada, muda mesmo. Era um clima de apreensão e medo. O Paulistano conseguira fazer exatamente o seu plano de jogo naquela altura dos acontecimentos – segurar Laprovittola, impedir o jogo de contra-ataque do rival e deixar a pontuação abaixo da casa dos 50 pontos (algo que o ótimo Gustavo de Conti – na foto à esquerda – tinha em mente, como me contou depois do jogo).

gustavo1O Flamengo voltou bem do intervalo, liderou no terceiro período, contou com duas cestas belíssimas de Benite (que filme que passou em sua cabeça, hein!), mas acabou ficando tudo mesmo para o quarto e último quarto. O NBB, vejam só que bacana, foi decidido nos dez minutos finais de seu último jogo. E foi lá que a peleja se decidiu. Com heróis inusitados, e com quase heróis.

O Flamengo sempre liderou os minutos finais, jogando com boa, porém não confortável vantagem (quase sempre maior a uma posse de bola). O Paulistano apertou, e no minuto final perdia de 73-71. Kenny Dawkins infiltrou, viu o garrafão bloqueado e soltou para Renato na linha de três.

O pivô tentou (e era pra tentar mesmo). A bola deu bico (e obviamente os paulistanos não deixaram de vencer por causa dele, que fez uma partida excelente na defesa, diga-se de passagem).

olivinha1No ataque seguinte, o Flamengo costurou bem a trama, deixou o relógio dos 24 segundos ir até o final e arremessou (creio que tenha sido Marcelinho, mas não me lembro mesmo). A bola não caiu, e quem apanhou o rebote ofensivo? Shilton. Um guerreiro incansável. O pivô reserva, que estava no lugar do pendurado (e MVP da final) Meyinsse, apanhou a bolas nas nuvens, desceu com ela e quicou para que um de seus companheiros sofresse a falta e fosse para a linha de lance-livre. Foi um momento-chave, e decidido por um jogador que não é uma das estrelas da companhia (e este lance fala muito sobre a essência coletiva do basquete e de como este time do Flamengo, apesar de suas fortíssimas individualidades, é um elenco absurdamente bom também).

Deixo um parabéns ao Paulistano, que fez uma temporada brilhante, belíssima, acima de todas as expectativas. E deixo, claro, muitos e merecidíssimos parabéns ao Flamengo, campeão de tudo nesta temporada com um time brilhante, maravilhoso, que é chamado de "Orgulho" por sua imensa e fanática torcida com toda razão.

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