Em jogaço, Flamengo bate Paulistano e conquista tri do NBB
Foi um grandíssimo jogo de basquete (daqueles que ficarão marcados na cabeça da gente por muito tempo). O Flamengo venceu o Paulistano por 78-73 diante de uma HSBC Arena lotadíssima, viu Meyinsse (foto abaixo à direita) ser coroado o MVP, conquistou o tricampeonato do NBB (igualando-se a Brasília como os maiores, e únicos, vencedores do campeonato) e fechou a temporada de forma perfeita (Carioca, Liga das Américas, NBB e, se quiserem contar, a Liga de Desenvolvimento também).
Antes de falar do jogo, aviso quatro coisinhas: a) Não falarei da arbitragem, pois creio que neste sábado ela extraplou qualquler limite do aceitável em termos (marcou absurdas faltas, carregou os dois times e deixou o jogo feio, baseado praticamente em lances-livres – foram 68 ao todo); b) Sobre a final em jogo único. Todos sabem o que acho (não concordo e não gosto), e não vale ficar remoendo as lamúrias em um dia como o de hoje; c) De acordo com o jornalista Guilherme Giavoni, o jogo liderou a audiência na TV Aberta nos momentos finais (aqui); d) Foi tanta gente assistindo que no mercado, na volta pra casa, o assunto foi o basquete, e não apenas futebol. Obrigado pelo papo maravilhoso, Sr Jorge (aqui).
Sobre o jogo, dá pra dizer que foi um jogaço mesmo. O Flamengo começou a mil por hora, abriu 15-4 e cheguei a imaginar que seria uma surra daquelas. Mas o Paulistano se recuperou, contou com 11 pontos rápidos de Holloway (que depois anotaria apenas mais 4), marcou melhor (principalmente dentro do garrafão), forçou faltas, foi muito ao lance-livre e foi tirando a vantagem pouco a pouco. Os rubro-negros ainda viram Vitor Benite voltar às quadras (falarei sobre ele em texto amanhã), mas a história do segundo quarto mostrou o Paulistano bem demais, muito bem mesmo.
Tanto foi assim que o time de São Paulo foi para o intervalo vencendo (40-38), deixando a HSBC Arena completamente calada, muda mesmo. Era um clima de apreensão e medo. O Paulistano conseguira fazer exatamente o seu plano de jogo naquela altura dos acontecimentos – segurar Laprovittola, impedir o jogo de contra-ataque do rival e deixar a pontuação abaixo da casa dos 50 pontos (algo que o ótimo Gustavo de Conti – na foto à esquerda – tinha em mente, como me contou depois do jogo).
O Flamengo voltou bem do intervalo, liderou no terceiro período, contou com duas cestas belíssimas de Benite (que filme que passou em sua cabeça, hein!), mas acabou ficando tudo mesmo para o quarto e último quarto. O NBB, vejam só que bacana, foi decidido nos dez minutos finais de seu último jogo. E foi lá que a peleja se decidiu. Com heróis inusitados, e com quase heróis.
O Flamengo sempre liderou os minutos finais, jogando com boa, porém não confortável vantagem (quase sempre maior a uma posse de bola). O Paulistano apertou, e no minuto final perdia de 73-71. Kenny Dawkins infiltrou, viu o garrafão bloqueado e soltou para Renato na linha de três.
O pivô tentou (e era pra tentar mesmo). A bola deu bico (e obviamente os paulistanos não deixaram de vencer por causa dele, que fez uma partida excelente na defesa, diga-se de passagem).
No ataque seguinte, o Flamengo costurou bem a trama, deixou o relógio dos 24 segundos ir até o final e arremessou (creio que tenha sido Marcelinho, mas não me lembro mesmo). A bola não caiu, e quem apanhou o rebote ofensivo? Shilton. Um guerreiro incansável. O pivô reserva, que estava no lugar do pendurado (e MVP da final) Meyinsse, apanhou a bolas nas nuvens, desceu com ela e quicou para que um de seus companheiros sofresse a falta e fosse para a linha de lance-livre. Foi um momento-chave, e decidido por um jogador que não é uma das estrelas da companhia (e este lance fala muito sobre a essência coletiva do basquete e de como este time do Flamengo, apesar de suas fortíssimas individualidades, é um elenco absurdamente bom também).
Deixo um parabéns ao Paulistano, que fez uma temporada brilhante, belíssima, acima de todas as expectativas. E deixo, claro, muitos e merecidíssimos parabéns ao Flamengo, campeão de tudo nesta temporada com um time brilhante, maravilhoso, que é chamado de "Orgulho" por sua imensa e fanática torcida com toda razão.
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