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Bala na Cesta

O incrível Clippers e a evolução de Blake Griffin

Fábio Balassiano

18/03/2014 13h15

doc1O foco da temporada acabou ficando para os duelos entre Indiana Pacers x Miami Heat (Leste) e San Antonio Spurs x Oklahoma City Thunder (Oeste). Os quatro times brigam pelas lideranças de suas conferências, e a gente por vezes acaba deixando de olhar outros grandes times e jogadores deste campeonato. Um deles é o Los Angeles Clippers, que ontem perdeu do Denver Nuggets por 110-100, viu sua sequência de 11 vitórias chegar ao fim mas mesmo assim mantém a terceira posição do Oeste com 48-21.

A grande estrela do time é Chris Paul, um dos melhores armadores da NBA na atualidade (o cara é realmente impressionante pois consegue ser rápido sem ser apressado, passador e ao mesmo tempo condutor e decisivo sem parecer fominha), o técnico Doc Rivers trouxe uma mentalidade mais coletiva ao time (a relação 0,63 assistência por chute convertido e os sete atletas com 9 ou mais pontos de média mostram isso), mas chama-me a atenção o desempenho de Blake Griffin neste campeonato.

blake1Com 25 anos recém-completados, Blake começou quatro anos atrás na liga e logo se tornou um dos expoentes do Top-10 semanal do NBA com suas ferozes enterradas. No Youtube, com o verbete "Blake Griffin + Dunks", é fácil perder duas ou três horas admirando cravadas dos mais variados tipos. Só nesta temporada já foram 145 (ele é o líder no quesito). Mas o camisa 32 é bem mais que isso.

Blake Griffin é o sexto maior cestinha da temporada (24,7 por jogo, 6,3 a mais que o obtido em 2012-2013), mantém o altíssimo percentual de conversão em seus arremessos (53,5%), tem apanhado mais rebotes (9,7 de média), mas traz alguns ingredientes diferentes para este campeonato.

Em relação ao passado, o ala-pivô tem arriscado 5% a mais dos arremessos de média distância (foto azul ao lado), deixando menos manjado o seu jogo ofensivo (25% de suas ações vêm de arremessos de fora do garrafão). Para se ter uma idéia, apenas 5,1 de seus 24,7 pontos saem pertinho, pertinho da cesta (20,8%). Antes, o índice beirava os 30% de sua pontuação total.

distribuicao1Na temporada 2013-2014, Griffin usa o post-up (jogo de costas para a cesta) em 30% de seus ataques. A novidade é que ele tem ido muito bem, também, nos picks. Como o cara que "faz a parede", Griffin aprendeu a rodar rápido para arremessar com mais consistência (15% de suas jogadas são no P&R, com 51% de acerto nos chutes) e deixar a defesa ainda mais confusa. Se der espaço, ele pode arremessar – e bem. Se colar, ele poderá cortar em direção a cesta para incendiar o time com suas enterradas. Com isso, sua participação nas partidas aumentou demais. Ele toca na bola 80 vezes por jogo, sendo 10% longe da cesta para decidir o que fazer (a relação touches por ponto também é fantástica, com 0,30 ponto/touch).

É com o amadurecimento e o crescimento no arsenal ofensivo de Blake Griffin que os Clippers esperam ir longe na pós-temporada que começa em cerca de um mês. Ele continua um dos favoritos a aparecer nos Top-10 semanais do NBA Action, mas o ala-pivô, dono de um potencial físico absurdo, ganhou armas importantes para derrotar grandes defesas. Com um arremesso de média distância cada vez mais confiável fica difícil marcá-lo.

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