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Bala na Cesta

'Gasparzinha', segunda divisão do NBB começa hoje

Fábio Balassiano

11/03/2014 13h20

liga1Não é fácil escrever sobre basquete nacional, estimado leitor. Talvez você não saiba (e se não sabe a culpa não é sua, mas sim de quem não fez a informação chegar até você, já dizia o genial Marshall McLuhan), mas nesta terça-feira começa a segunda divisão do NBB, chamada pela Liga Nacional de Basquete de 'Liga Ouro'.

Nem vou discutir o nome, pois seria chato demais de minha parte, mas fico com uma singela dúvida: se a Série B é a Liga Ouro, o NBB, a elite do basquete masculino brasileiro, seria o quê? A Liga Diamante? A Liga Esmeralda com Rubis? Fiquei encucado com isso, mas tudo bem, vamos adiante.

A grande questão, pra mim, é que ontem cheguei em casa animadíssimo para escrever sobre o torneio que será disputado por quatro clubes (Campo Mourão, Sport-PE, Lins e Rio Claro). Bati o olho no site oficial, li a matéria/release (aqui), dei uma conferida no regulamento (todos contra todos duas vezes, com três se classificando, sendo o primeiro descansando até a final, e com o campeão se garantindo no NBB7) e queria escrever sobre os times. Aí… bico.

serieb1Onde estão os times? Quais os 12 atletas que fazem parte de cada elenco? Quais as comissões técnicas? Há muitos jovens fazendo parte dos 48, 50 atletas inscritos na competição que (insisto) começa nesta terça-feira com Rio Claro x Campo Mourão no interior de São Paulo? Não sei, eu sinceramente não sei dizer. E não sei dizer porque achar esta informação no site oficial da Liga Nacional de Basquete é impossível (talvez nem tenha, para ser sincero). E é aí que a porca torce o rabo, né. Por sorte encontrei, na internet, os jogadores (ou uma pista disso) de Campo Mourão, Sport-PE, Lins e Rio Claro, mas é muito pouco obviamente.

lnb

Não sou daqueles que acha que o problema está no campeonato existir com apenas quatro clubes. Longe disso. Acho que é um começo, e como todo princípio haverá problemas (escrevi isso recentemente aqui). A grande questão é (céus, lá vou eu escrever a mesmíssima coisa dos últimos cinco anos, me desculpem) a forma como a Liga Nacional trata o seu produto. Faltando menos de 24h para o começo da segunda divisão (momento em que escrevia), não era possível conhecer os elencos, verificar as comissões técnicas, saber mais sobre os times e as cidades. Peças de publicidade (na Web ou nos meios de comunicação locais), então, nem pensar, né. Para piorar as coisas, no site oficial há três matérias a respeito do tema, cujas datas são: 15/01/2014, 23/01/2014 e 07/03/2014. Três notícias no período de quase dois meses para falar de algo NOVO. O basquete quer continuar falando para 500, 600 pessoas? O basquete quer continuar a jogar para públicos de 500, 600 pessoas? Reflitam sobre isso, por favor.

gaspar1Se a entidade que gerencia o campeonato o trata como o Gasparzinho, o Fantasminha Camarada, três perguntas se fazem necessárias: 1) Como a imprensa terá subsídios para escrever a respeito?; 2) Como o público tomará conhecimento do campeonato?; e 3) Se a própria LNB trata seu produto assim, qual motivo teria um patrocinador para injetar grana nas agremiações?

É chato, é um tema recorrente, é mais do mesmo, é um problema que a Liga Nacional parece não querer (ou saber) como solucioná-lo. Insisto no ponto: na semana passada perguntei no Facebook do Bala na Cesta (aqui) se alguém sabia que a Série B começaria em quatro, cinco dias. A maioria, ali, desconhecia o início do campeonato. Os errados, sem dúvida alguma, não são os torcedores que (ainda) teimam em acompanhar uma modalidade que praticamente não tem atrativo em terreno nacional. Se o maluco por basquete (e os malucos, hoje, somos muito poucos) não foi impactado por esta informação, o erro está no emissor, e não no receptor da mensagem.

E nem tratarei aqui sobre a expansão do mercado chamado basquete brasileiro. Mercado que hoje é habitado pelos mesmos loucos de 15, 20 anos atrás e que ainda seguem a modalidade. Mercado que é pequeno e em declínio. Este, porém, é um problema maior e que merece um capítulo à parte. O buraco, por enquanto e pelo qual este texto saiu, o da ausência de informação sobre a Série B em especial, precisa ser analisado e tratado de forma bem simples e pragmática: se não comunicar, pouca gente saberá que o NBB, seja o da primeira ou a da segunda divisão, existe.

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