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Bala na Cesta

O constrangimento no sábado do All-Star

Fábio Balassiano

16/02/2014 04h39

* O blogueiro viajou a convite do Canal Space

trioTerminou há pouco o sábado do All-Star aqui em Nova Orleans. Vamos por partes que é mais fácil:

1) Mais uma vez o ginásio não esteve cheio. A arena tem capacidade para 17 mil pessoas, mas alguns lugares foram trocados por palcos e o tamanho caiu para umas 13 mil pessoas. Não sei se chegamos a 11 mil hoje, não, sinceramente. Na sexta-feira foi ainda pior.

2) A ideia da NBA em colocar times do Oeste e do Leste para aumentar a competitividade foi boa. Mas faltou a cereja do bolo em duas competições – no torneio de habilidades e no de enterradas poderia haver um vencedor.

3) No primeiro torneio, o de arremessos envolvendo um atleta atual, um ex-jogador e uma jogadora quem venceu foi o trio formado por Chris Bosh (matou as duas bolas do meio da quadra), Dominique Wilkins e Swin Cash (segunda conquista seguida deles, aliás). Se eu fosse maldoso eu diria que nem assim Karl Malone conseguiu um título da NBA, mas eu não faria isso. E eu posso dizer que eu vi Malone treinando 45 minutos sem parar e aos 51 anos acertava MUITO mais do que errava. Pena que não pude filmar…

lillard4) Depois houve o concurso de habilidades. Damian Lillard e Trey Burke abocanharam o troféu vencendo a Victor Oladipo e Michael Carter-Williams (ambos calouros) por apenas um décimo de segundo (45,2 dos vencedores contra 45,3 dos vice-campeões)

5) O torneio de três pontos foi realmente o mais bacana. A NBA mudou uma regra – e mudou bem. Colocou um pote inteiro de bolas com valor dobrado, e com o atleta podendo colocar onde fosse melhor pra ele. Com isso, alguns colocavam as bolas no centro, outros na lateral e a dinâmica foi muito melhor mesmo. No final, melhor para o italiano Marco Belinelli, do Spurs, que bateu Bradley Beal no desempate da final. O italiano, aliás, estava muito feliz e disse que lembrou muito de um de seus ídolos, Larry Bird. Bem bacana!

wall6) No final da noite houve o Torneio de Enterradas. Dominique Wilkins já havia dito que não há motivo algum para os medalhões da liga não disputarem o torneio (recado claríssimo para LeBron James), e a falta de carisma dos seis participantes ajuda muito a termos competições deste tipo cada vez mais mornas. Além disso, o formato era confuso pacas, com eliminatórias entre as duas conferências e nenhum vencedor consumado (John Wall saiu com o troféu de melhor enterrada da noite, mas não como O campeão do torneio) e os participantes não estavam em uma noite feliz (houve muito mais tentativas frustradas do que cravadas empolgantes).

6.1) Uma boa maneira de resolver isso mantendo a questão das conferências é fazer as eliminatórias (claro, desde que sejam menos enroladas) e depois, já com Leste ou Oeste como campeões realizar outra eliminatória entre o trio. No caso de hoje, Terrence Ross, Paul George e Wall poderiam disputar algo entre eles. Quando as luzes da New Orleans Arena acenderam depois que anunciaram um singelo "o Leste é o campeão do Slam Dunk Contest" o constrangimento e o silêncio foram assustadores. Os atletas já não têm tanto carisma assim. Com um regulamento deste jeito a situação fica ainda pior. Não é questão de jogar tudo pro alto e refazer o campeonato todo, mas algo precisa ser feito para que a cereja do bolo continue a ser realmente a atração mais desejada e querida por todos. Trazer as grandes estrelas e reformular o regulamento seriam duas medidas bem acertadas e com grande chance de reverter o panorama (sombrio) para 2015 (em Nova Iorque – público bem mais exigente também).

Concorda comigo? Abaixo a enterrada (pra mim a melhor mesmo) de John Wall!

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