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Bala na Cesta

As ações de marketing da NBA em Nova Orleans

Fábio Balassiano

14/02/2014 10h20

* O blogueiro viajou a convite do Canal Space

bannerNo post abaixo eu falei dos detalhes que a NBA faz questão de não deixar passar, né. Mas há algo que também chama muito a atenção aqui em Nova Orleans – as ações de marketing que envolvem o evento. O que os caras fazem com jogadores, ex-jogadores e jogadorAs (eles aproveitam para promover a WNBA também, o que não deixa de ser uma generosidade e inteligência imensa pois cresce o interesse pela modalidade) é um absurdo, um espanto para quem vive no Brasil.

Para começar, este banner que você vê na foto à esquerda ao lado está espalhado por toda cidade. No aeroporto, antes de você recolher sua bagagem, lá estão eles e fotos dos jogadores (principalmente Kevin Durant, Anthony Davis, o menino da casa, e LeBron James). Nas ruas também. Perto do ginásio, mais ainda. Acho que só se for um ET que vive em Nova Orleans para não saber que há, sim, um evento de basquete na cidade. Conhecimento de produto, valorização da marca (da liga e do patrocinador), expansão do produto. Tudo isso a NBA sabe fazer muito bem.

Mas não pára por aí, obviamente. No dia todo de ontem houve ações com os atletas pelas ruas. Alguns deles participaram das famosas Jam Sessions, eventos que reúnem meninos que praticam a modalidade. No final do dia, houve um All-Star Game de jovens e também de atletas paralímpicos, algo realmente maravilhoso.

davis1A cereja do bolo, porém, vem quando os atletas se aproximam de seus fãs. Isso eu pude ver ontem ao vivo, em uma (pequena, acanhada) loja no centro de Nova Orleans. Anthony Davis, com sua envergadura de albatroz, estava sentado em uma cadeira e recebia crianças para fotos e assinatura de autógrafos. Vocês podem pensar um "ah, que bacana, mas o que rende?", mas é bem simples. Muitos pais compravam blusas tamanho mini, bolas, short, tudo que lembrasse o Pelicans, time da cidade pelo qual atua muito bem Davis (20 pontos, 10 rebotes e 3 tocos) para presentear seus pimpolhos. A caixa registradora da loja nunca funcionou tão freneticamente.

Não se enganem: tudo o que os norte-americanos da NBA fazem tem um só propósito – que é gerar dinheiro, muito dinheiro. É negócio, ou, como eles chamam por aqui, business. Ninguém coloca o Anthony Davis sentado em uma loja de esportes à toa. O objetivo final é vender camisas, bola, short, mostrar que há um produto ali que merece ser consumido à exaustão. Não é caridade. São ações de marketing na veia, na cara dos consumidores ávidos por consumo o tempo todo. Já havia sentido isso na semana que Chicago Bulls e Washington Wizards passaram pelo Brasil com MUITOS eventos, muitas fotos, muito tudo para que os cariocas soubessem que por ali passava o circo da melhor liga de basquete do planeta, mas aqui, de perto e em um evento do e para os americanos, é realmente assustador, impressionante.

P1030724É até feio dizer isso, mas a constatação é verdadeira (e não é de um lambe-botar dos Estados Unidos – bem longe disso): se ainda estamos na pré-história em termos de produção de eventos em relação aos norte-americanos (luzes, som, telão, música etc.), em termos de marketing (as tais ações promocionais, de posicionamento, de valorização do produto) o Brasil em torno do evento tem ainda mais a aprender. Se quase nada disso acontece no futebol, o esporte mais popular, imagine no basquete…

Tinha um personagem de novela do país que dizia que a cada mergulho era um flash. Aqui em Nova Orleans, a cada passo é um aprendizado. E dos grandes.

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