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Bala na Cesta

Análise sobre o caminho do Brasil na Copa da Espanha

Fábio Balassiano

04/02/2014 01h36

mundialVocê, leitor atento que é, já deve estar sabendo que ontem à tarde rolou, em Barcelona, o sorteio dos grupos para a Copa do Mundo que será disputada na Espanha entre 30 de agosto e 14 de setembro de 2014. Se não sabe, vamos lá:

Grupo A – Espanha, Egito, Irã, Sérvia, Brasil e França
Grupo B – Argentina, Senegal, Filipinas, Croácia, Porto Rico e Grécia
Grupo C – Estados Unidos, Finlândia, Nova Zelândia, Ucrânia, República Dominicana e Turquia
Grupo D – Lituânia, Angola, Coreia do Sul, Eslovênia, México e Austrália

O formato da competição, como demonstra a figura abaixo (se preferir clique aqui), é bem simples (embora diferente dos últimos mundiais, com exceção do último na Turquia-2010, disputados – e requer atenção): são quatro grupos com seis seleções. As quatro melhores avançam e a segunda fase começa DIRETO com mata-mata no formato olímpico (A1 x B4, A2 x B3, A3 x B2, A4 x B1 etc.). Ou seja: passou da primeira etapa é matar ou morrer DE CARA.

formato

A análise sobre o caminho do Brasil é bem simples: vai ser uma dureza só do começo ao fim. A seleção, que ficará na cidade de Granada (… para um grupo que é uma bomba, eu diria se quisesse fazer piada), medirá forças, pela ordem, com França (30/8), Irã (31), Espanha (1/9), Sérvia (3) e Egito (4).

magnano1Com exceção de Irã e Egito (podem falar o que quiserem, mas são, sim, BABAS), os outros três adversários são da elite do basquete mundial. A gente ainda não sabe bem quem da França (Batum e Parker irão?) ou da Sérvia irá participar, mas a Espanha, em casa, certamente terá todas as suas estrelas. De todo modo, completo o Brasil consegue fazer jogo duro com todas as três equipes, disputando da primeira a quarta colocação contra sérvios, franceses e espanhóis. Pode, sinceramente, dar qualquer coisa e já dá pra cravar: o Brasil vai passar pra segunda fase, mas só um maluco se arrisca a dizer em que posição exatamente. De primeiro a quarto, pode acontecer de TUDO pois o equilíbrio entre os quatro melhores times da chave A é bem grande.

Depois do grupo aí é que são elas, embora imagine que a turma da chave B também deva estar desesperada por saber que, passando, terá Sérvia, Brasil, Espanha ou França pela proa (não haverá molezinha, portanto).

scolaDo segundo grupo, de onde virá o eventual rival do Brasil no mata-mata das oitavas, devem sair (sem ser pela ordem) Argentina, Grécia, Porto Rico e Croácia. O destino e o regulamento dizem que Brasil e Argentina TÊM obrigação moral de se enfrentarem em todas as competições de âmbito mundial desde e para sempre, então é bem possível que isso de fato aconteça. Só para aumentar o drama, se isso acontecer/acontecesse seria uma partida contra os platenses 10 anos depois do ouro olímpico deles em Atenas-2004, e dá pra imaginar como ficaria apertado o coração de Magnano em uma situação dessas (o que seria natural).

Mas, bem, falando sério agora. Não dá pra saber muito bem o que esperar do outro grupo também. Em condições normais, a Argentina tem tudo pra ganhar a chave, mas os hermanos começam competições internacionais quase sempre com o pé no freio, deixando impossível saber os caminhos a partir disso. Os gregos, empolgados e precisando mostrar que o convite não foi à toa, terão que pisar no acelerador mas foram muito mal no Eurobasket mais recente. Os croatas, sempre fortes, têm uma ótima geração e sempre irão incomodar. E Porto Rico, com aquele basquete louco, arriscado, não pode perder das Filipinas ou de Senegal, né.

barbosaÉ um caminho duríssimo, quase que uma provação para quem pagou tão caro pelo convite, e sinceramente pode ser tanto um retorno aos dias de glória graças a uma campanha genial como um martírio para a seleção brasileira masculina devido a uma série de (possíveis) derrotas. Não dá pra prever muita coisa que não o que disse acima.

O grupo é difícil, mas acredito fortemente que o time do (simpático) técnico Rubén Magnano avançará de fase sem tantos problemas (se não passar pra fase eliminatória fecha as portas). No mata-mata, amigos, não há um ser que consiga dizer: 1) Quem será o adversário; e 2) Qual será o resultado da partida das oitavas-de-final. Fazer qualquer análise mais profunda sobre a Copa do Mundo que acontecerá em seis meses me parece uma insanidade. Os elencos ainda não estão fechados (virão todos mesmo dessa vez?), um descuido qualquer muda a configuração dos chaveamentos e tem muita água pra correr ainda.

Concorda comigo? Até que fase o Brasil irá? Será que passa para o mata-mata? E lá, será que avança? Comente aí!

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