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Bala na Cesta

A preocupante fase de Faverani no Boston

Fábio Balassiano

07/01/2014 01h30

vitor1A temporada de estreia de Vitor Faverani começou muito bem no Boston Celtics. Titular no primeiro jogo, ele ganhou minutos e elogios do técnico Brad Stevens com boas performances e parecia caminhar para um campeonato bem animador em seu ano de calouro na NBA. Dois meses se passaram, e o cenário mudou muito – para pior, infelizmente.

Em novembro, Faverani teve 16,2 minutos de quadra. No mês seguinte, 10 por partida. Neste começo de ano, 9 minutos contra o Chicago, zero diante de New Orleans e sete no domingo Oklahoma City Thunder (derrota por 119-96). A situação é tão ruim, mas tão ruim, que ele sequer foi escalado por Stevens em três dos últimos quatro jogos. E nos três mais recentes que entrou errou sete de oito arremessos tentados, numa prova clara de que sua confiança está baixinha, baixinha.

Algumas razões explicam a queda do pivô brasileiro de um mês pra cá. Assim como ele, dois outros pivôs (o novato Kelly Olynyk e Jared Sullinger, em seu segundo ano) precisam de espaço. A guerra nos treinamentos deve ser feroz, portanto. Como o titular da ala-pivô é Jeff Green (melhor jogador do time, dono de 15,8 pontos e 33 minutos por jogo), a rotação para os outros três fica realmente apertada. Como a ascensão do Boston (que venceu 8 e perdeu 4 de 23 de novembro a 16 de dezembro) coincidiu com boas performances de Sullinger (13,4 pontos, 26,9 minutos e +7,1 no +/- quando ele está em quadra) e Olynyk (6,7 pontos, 16,8 minutos e boa presença defensiva), o espaço do brasileiro, camisa 38, foi se fechando.

vitor2Os números de Faverani, por sua vez, não são muito bons. Quando ele está em quadra, seu +/- é de -6,9. Quando ele está fora, de +1,7. Ou seja, no cômputo geral, o Boston tem mais chances de vencer quando Vitor está fora do que dentro de quadra (péssimo pra ele, sem dúvida alguma). Um dos fatores que levam a isso, e talvez a dificuldade de comunicação fale algo sobre isso, está na parte defensiva (um dos problemas que ele já tinha na Espanha). No geral, ele está na posição 276 do ranking geral da NBA no quesito marcação, permitindo ao seu oponente 0,93 ponto por posse de bola nas ações ofensivas (é muita coisa, acreditem). Em jogadas de isolação, por exemplo, os atacantes conseguem 1,3 ponto por posse de bola em cima do brasileiro, numa prova que nem no mano a mano ele tem conseguido deter seus rivais.

Não sei, exatamente, qual o futuro de Faverani no Boston, pois a franquia decididamente não quer ir aos playoffs esse ano para segurar uma boa posição no Draft de 2014 e pode se dar ao luxo de colocar seus jovens para atuar sem medo algum (a declaração é de Danny Ainge, gerente-geral da franquia, aliás). Mas que seu momento já foi melhor, isso já foi. É uma situação difícil, pois ao mesmo tempo em que ele treina bastante, e com Stevens, um dos mais exigentes do ramo, seu ritmo de jogo diminui cada vez mais.

Não creio que seja hora de chutar o balde, pegar as malas e voltar para a Europa. Mas um sinal amarelo precisa estar ligado, ah isso precisa. Concorda comigo? O que você acha que será do futuro de Faverani no Boston?

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