Topo

Bala na Cesta

Líderes em tiros de 3, Brasília e Pinheiros jogam pelo NBB

Fábio Balassiano

12/12/2013 11h30

sergio1A nona rodada do NBB começou ontem com a vitória de Franca contra a Liga Sorocabana e tem sequência nesta quinta-feira com mais seis jogos. O mais interessante acontece na capital federal com Brasília e Pinheiros, que fizeram uma das séries mais sensacionais da história da competição dois anos atrás (3-2 pros candangos). Com promessa de transmissão do Sportv às 21h, os dois times que mais arriscam bolas de três pontos por jogo na atual temporada (27,5 pros brasilienses e 25,6 para os pinheirenses) medem forças em um jogo que promete bastante.

Pelo lado de Brasília, que tem apenas 2 vitórias em 6 partidas (ninguém esperava isso) e vem de um revés contra Uberlândia fora de casa (perdeu de 95-81 sendo completamente dominado do começo ao fim), confesso a surpresa quando vejo um time de Sérgio Hernandez (foto à direita) liderando a estatística de bolas de três pontos e jogando um basquete tão parecido com o da temporada passada (e isso não é bom sinal, obviamente). No atual campeonato, os brasilienses tentam 27,5 bolas de três pontos (44,6% do total dos arremessos de quadra) e acertam 39,3% (quinto na categoria). Com 7 tentativas de fora a cada 11 arremessos que dá na competição, Nezinho, que tem o ótimo aproveitamento de 54,2%, é o segundo que mais tenta em todo o NBB. Para quem pensava que o Ovelha fosse mudar o estilo de jogo arriscado da turma da capital, a verdade é que está tudo na mesma (o grupo de atletas não muda muito, é verdade, mas é bem bizarro quando você olha a estatística do último jogo e verifica que quem mais tentou de longe foi justamente um pivô, Marcus Goree, com 2/8).

lb1Pelos paulistas (6-2), o cenário não é muito diferente, não. O Pinheiros tenta 63,6 arremessos por partida, sendo 40,5% (ou 25,8/jogo) de mais longe (aproveitamento de 40,1%, o quarto melhor do NBB6). Entre os 11 primeiros jogadores que mais arriscam de fora, os pinheirenses têm três: Joe Smith (5,9), Leandrinho (5,8 – na foto à esquerda) e Shamell (5,7), sendo que os três possuem aproveitamentos realmente ótimos: 51,2%, 44,8% e 42,5%, respectivamente. Coincidência ou não, são os dois armadores dos times que se enfrentam logo mais que mais chutam de longe.

Este é um tipo de jogo que a gente vê no NBB só acontece no Brasil, que isso fique muito claro. As defesas, principalmente no perímetro, são trágicas (sem intensidade, sem força, dispersas, distantes), e os ataques não possuem variação alguma, fazendo um jogo "zona de conforto" sem rodar a bola, sem procurar a cesta com maior potencial de aproveitamento (as perto da cesta) e sem tentar sequer tentar algo com os pivôs. Para quem assiste a jogo da Euroliga (NBA nem cito) parece outro esporte, tamanha a disparidade técnica e tática.

Não sei quem vence o jogo de logo mais, mas que dá pra esperar um festival de bolas de três, isso dá.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.