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Bala na Cesta

Jogando muito bem, Spurs lideram Oeste

Fábio Balassiano

27/11/2013 01h03

pop1De novo. Lá estão eles, os Spurs, na liderança do Oeste. Com 13 vitórias em 14 jogos (11 consecutivas), os comandados de Gregg Popovich (foto à esquerda) já assumiram a ponta da Conferência e dividem a liderança geral com o Indiana Pacers. Poderia ser este o começo de qualquer texto sobre o San Antonio nas últimas 15 temporadas, né. Mas, bem, a receita do sucesso dos caras vocês já conhecem muito bem: Tony Parker inspirado, muita inteligência com a bola nas mãos, defesa consistente, rotação que usa o elenco INTEIRO e poupar as energias de Tim Duncan e Manu Ginóbili sempre que possível.

Para se ter uma ideia da rotação de Pop, 11 jogadores têm 12 ou mais minutos por jogo, feito que está longe de ser igualado por qualquer franquia nesta temporada (e arrisco-me a dizer que em qualquer outra também). Tony Parker, o que mais joga, não fica em quadra por 30 minutos por partida (29,9 pra ser mais exato). Os veteranos Duncan (27,3) e Manu (23,4) entendem que temporada regular é importante, mas que o fundamental mesmo é ter gás no tanque para os playoffs. Por isso o tempo de quadra é distribuído até para os recém-chegados Marco Belinelli (20,6) e Jeff Ayres (12,6).

spurs1Com fôlego e pensando cada vez mais, o time consegue correr quando precisa (12,6 pontos em contra-ataque por jogo), pontuar consistentemente (102,1), passar, como manda o figurino de Popovich, a bola com fluidez (25 passes para cesta por jogo, 0,6 assistência por arremesso convertido e 1,7 assistência por erro, ótimos números) e sabe que quanto mais de perto do aro, maior a chance de a bola cair (44% dos arremessos são dados pertinho, pertinho da cesta, e a conversão é superior a 60% como mostra a figura ao lado). Na defesa, o time tem a segunda menos vazada da NBA (90,1), a segunda melhor em % de chutes convertidos dos rivais (45,8%) e a quarta melhor em marcar bolas de três pontos dos adversários (33,3%).

Isso tudo o números dizem, isso tudo é muito fácil de ver em sites que cospem estatísticas por aí. Mas o mais bacana dos Spurs é justamente vê-los jogar (e nem falo das incríveis entrevistas de Popovich). É impressionante, realmente impressionante, pois parece que cada um dos atletas sabe exatamente o que, quando e como fazer na quadra – com ou sem a bola, no ataque ou na defesa.

trio1É uma aula de basquete coletivo a cada noite (na segunda-feira, contra o Pelicans, 13 jogadores entraram em quadra e 12 pontuaram), uma aula de como se pratica um basquete fluído, correto, sem sobressaltos e como, mesmo com todas as regras de Pop, as individualidades conseguem aparecer sem problema algum. Não sou torcedor dos caras, mas digo que dá um prazer danado assistir este Spurs jogar. Parece vídeo game, de tão certinho, e o mais sensacional é que é real – e eles fazem parecer tudo muito natural mesmo no melhor e mais difícil campeonato do planeta. Eis o grande legado de Gregg Popovich – jogar o melhor mais "certinho" do mundo independente de quem pise a quadra. E isso, obviamente, requer muito treinamento e principalmente disciplina dos atletas pra seguir os mandamentos.

Hoje às 23h o teste será contra o Oklahoma City Thunder, apontado como um dos desafiantes mais fortes do Oeste e que vem de quatro vitórias seguidas (9-3 no total). É, sem dúvida, uma ótima partida para vermos o basquete clássico, coletivo e belíssimo dos Spurs. Ninguém tem dúvida: eles vão brigar de novo pelo título da NBA.

Concorda comigo? Spurs brigarão pelo título da NBA? Ou é só fogo de palha? Comente!

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