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Bala na Cesta

Mirando mercado internacional, NBA estuda rever horário dos jogos

Fábio Balassiano

16/10/2013 15h48

Oito jogos de pré-temporada, dois de temporada regular (Londres e México) e quatro cidades "novatas" recebendo jogos (Rio de Janeiro, inclusive). Com este repertório, o NBA Global Games mostrou que a liga norte-americana está mais do que nunca focada em sua internacionalização, um dos pilares da administração de David Stern, que passará o boné da função de comissário-geral a Adam Silver, futuro mandatário do principal campeonato de basquete do mundo a partir de 2014 (ambos na foto – Stern é o de cabelos grisalhos).

Mas as novidades não param com as partidas de pré-temporada ou temporada regular em solo estrangeiro. Na China, para o duelo entre Lakers e Warriors nesta terça-feira (o Golden State venceu por 100-95 com ótima atuação de David Lee – 31 pontos), Stern anunciou que endereçou para estudos da NBA uma proposta para modificar os horários dos jogos nos Estados Unidos visando uma maior audiência internacional.

"Acho que a NBA precisa brigar para que na próxima década a audiência seja cada vez maior fora dos Estados Unidos. Por isso não faz sentido que aqui na China, por exemplo, as partidas sejam transmitidas às 7h da manhã, quando a maioria das pessoas estão acordando e/ou se arrumando pra sair de casa. Tem muita gente vendo e querendo ver nossos jogos fora dos EUA que não faz sentido algum ignorar isso", disse Stern em uma concorrida entrevista que contou com Yao Ming, ex-jogador do Houston e embaixador da liga em solo chinês.

Não sei se vocês têm noção do que Stern disse. Tudo bem que sempre que um gringo vai a um país a negócios tudo são flores, mas descontado isso acho bem plausível que ele enderece o tema mesmo à NBA. Os Estados Unidos ainda vivem a recessão causada pela maior crise no país desde 1929, há mercados em crescimento econômico que amam basquete (China e Brasil podem ser citados) e onde for possível buscar mais grana podem ter certeza que a liga, profissional ao cubo, irá buscar – mesmo modificando uma estrutura que já existe há mais de meio século.

Não será fácil mudar os jogos nos Estados Unidos visando a audiência da China ou de qualquer outro país. Querendo ou não, é uma liga norte-americana, focada nos horários e costumes dos americanos. Pelo que a imprensa de lá noticiou, mexer com os horários das partidas durante a semana é praticamente impossível (as partidas começam às 19h ou 19h30, e o público sai direto do trabalho rumo aos ginásios), mas uma mudança nos jogos de sábado e/ou domingo não é algo impensável, não.

Incrível a mudança de rumo da NBA nas últimas duas décadas, não? Começou com o pensamento de expansão, de crescer o mercado, de explorar outros locais onde o basquete é popular. Cresceu tanto, desenvolveu tanto novas praças que agora se vê quase que obrigada a tratar esta audiência internacional como se ela fosse tão, ou mais, importante que a da matriz. Sinal dos tempos, hein.

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