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Bala na Cesta

Salários atrasados, o vício eterno do Flamengo no basquete

Fábio Balassiano

20/09/2013 11h40

Situação difícil vive o basquete do Flamengo (o futebol também, né, mas este não é o nosso campo). Li ontem no Lance (aqui a matéria) que o clube ainda não pagou o prêmio pela conquista do NBB5 e (o mais grave) os salários de junho e julho – os salários referentes ao mês de agosto devem ser depositados hoje, mas ninguém tem certeza se isso acontecerá.

Na própria matéria do Aleixo há uma declaração que fala muito sobre o clube (seja lá com nova ou antiga gestão): "É uma situação delicada. Está todo mundo desmotivado, sem saber o que vai acontecer. Este é o único time campeão no qual em vez de as coisas melhorarem, pioraram". É uma situação triste, bem triste, mas que está longe de ser nova – o que torna o caso ainda mais surreal, pois não houve mudança nenhuma de alguns anos pra cá. E não houve mudança nem mesmo com esta diretoria que prometia arejar as ideias. Com todo respeito, atraso de salário (ainda mais de dois/três meses de salário) é um absurdo que nenhum clube deveria passar – ainda mais um do tamanho do Flamengo, o maior do Brasil.

Quem acompanha o basquete do Flamengo lembra que anos atrás o time chegou a ser campeão sul-americano com meses de atraso no salário (João Henrique Areias, um dos melhores homens de marketing esportivo do país,  foi chamado às pressas, criou camisa pra arrecadar fundos, conseguiu patrocínio, encheu ginásios e conseguiu quitar as dívidas rapidamente). Mas agora a situação se repete – com contornos de crueldade, pois o clube foi campeão recentemente.

Respeito muito Marcelo Vido (foto à direita), Diretor de Esportes Olímpicos do clube, sei que ele deve estar se sentindo péssimo com esta situação (ele veio do Minas, onde decididamente isso não acontecia), mas sinceramente não consigo entender como um clube que tem dívida de dois meses no salário se lança ao mercado com tanta força pra trazer dois estrangeiros que não devem ser baratos (o armador argentino Nicolás Laprovittola e o norte-americano Jerome Meyinsse) e outro atleta (Cristiano Felício). Isso tudo, é bom dizer, com uma folha salarial que sempre foi cara, sempre foi uma das mais caras do Brasil. Se já estava sem dinheiro no final do NBB, não era melhor enxugar pra esta temporada, ao invés de minimamente manter (ou aumentar) as despesas como está acontecendo?

Perguntinhas bobas? a) A Associação de Atletas, criada recentemente e que conta com Guilherme Giovannoni como presidente, fará algo em relação a isso?; b) Como a Liga Nacional de Basquete agirá com o atual campeão do NBB e protagonista da abertura da próxima edição em 9 de novembro?; c) os jogadores do Flamengo, tão experientes, ficarão realmente calados?; e d) Como estão os gringos (Laprovittola e Meyinsse) pra chegar ao clube neste clima de falta de salários?

O blog tentou contato com Marcelo Vido, Diretor de Esportes Olímpicos do Flamengo, mas não teve sucesso.

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