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Bala na Cesta

Outro vexame: Brasil perde do Uruguai na Copa América e complica de vez conquista de vaga no Mundial

Fábio Balassiano

02/09/2013 20h26

Novamente não há muito o que se possa dizer em um momento desses. No começo da noite desta segunda-feira o Brasil teve outra atuação pífia, perdeu para o limitadíssimo time do Uruguai ('limitadíssimo' pra ser educado…) por 79-73 e agora acumula três derrotas em três partidas na Copa América que está sendo disputada em Caracas, Venezuela (e eu não me lembro de ter visto uma seleção nacional perder dos celestes recentemente, não).

A conquista da vaga para o Mundial de 2014 agora se complicou de vez (se já estava difícil até ontem, com duas derrotas, imaginem agora com três). A questão, no momento, é pensar em vencer a fraquíssima Jamaica nesta terça-feira, às 21h (Sportv e ESPN exibem) pra tentar avançar a segunda fase e lá tentar vitórias seguidas contra Argentina, República Dominicana, México e (provavelmente) Venezuela, algo que não parece possível pelo basquete apresentado pela equipe brasileira até então na competição.

Sobre o jogo em si, foi mais do mesmo em relação ao que tem sido visto desde a fase de amistosos. O garrafão brasileiro é um convite (Esteban Batista anotou 22 pontos e 13 rebotes, e os uruguaios converteram 24 de seus 74 pontos de pertinho da cesta), não há velocidade para contra-ataques (apenas quatro pontos assim0, as bolas longas não caíram (2/18), o ataque é estático demais (tudo pras individualidades) e a defesa, grande arma do governor Magnano, que não esteve à beira da quadra nesta segunda-feira (suspenso pela FIBA por causa de sua expulsão contra o Canadá ontem), não apareceu de forma alguma.

Com isso tudo, o elenco mal convocado e com esquema ruim se transformou em um grupo (notem que não uso a palavra time aqui) de jogadores sem a menor confiança, sem a menor noção do que deve ser feito em quadra contra (e é bom repetir isso sempre) times não mais do que medianos. Culpar os jogadores é no mínimo simplista, reducionista e míope demais (a questão é muito, muito maior). A realidade é esta: com quase três meses de treinamentos e um punhado de amistosos, é inconcebível que o Brasil esteja tão perdido em quadra assim nesta Copa América.

Jornalista não torce, vocês sabem disso, mas dá tristeza, pena e ao mesmo tempo uma vergonha danada ver a seleção brasileira masculina adulta jogando um basquete tão pequeno, tão atrasado, tão ruim, tão raquítico, tão desmoralizante. Não é falta de raça, amor a camisa ou qualquer coisa subjetiva que o valha. Na prática, a apatia é simplesmente conseqüência de um elenco que não sabe o que, quando e como fazer pra derrotar o seu adversário – e é bom dizer que nenhum dos três rivais, Porto Rico, Canadá ou Uruguai, está entre os bons times do basquete mundial.

E sabem o que é o mais triste – mais até do que os resultados desta Copa América? É que tudo aquilo que havia sido ganho com Magnano (intensidade na defesa, consciência no ataque e razoável leitura de jogo) parece ter se perdido para esta Copa América (some-se a isso um elenco não tão farto e um controle psicológico abaixo da crítica). O resultado não é ver um revés atrás do outro. O lamentável é que aquela camisa verde/branca/amarela em quadra é não mais do que uma sombra do que a seleção brasileira poderia/deveria ser – ou do que a seleção brasileira aparentava estar voltando a ser.

Viu o jogo? Triste demais, não? Comente!

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