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Bala na Cesta

Após má fase, Atlanta Dream se recupera com Érika dando show

Fábio Balassiano

21/08/2013 11h12

Temporada bem irregular vive o Atlanta Dream na WNBA. Sem Sancho Lyttle, com problemas no pé esquerdo, o time começou a temporada muito bem, vencendo dez de seus primeiros onze jogos, mas tudo mudou quando Angel McCoughtry, uma das cestinhas da liga (22,2 pontos), se machucou e desfalcou o time. A maionese da Geórgia desandou, a franquia perdeu oito de nove jogos em uma sequência difícil, mas parece ter reencontrado o caminho das vitórias desde sexta-feira passada.

E o motivo para a série de três vitórias consecutivas desde então (a última foi ontem, contra o Minnesota Lynx, na Geórgia, por 88-75), além da volta de Angel, é bem simples. Atende pelo nome de Érika de Souza (foto), pivô que certamente está entre as três melhores do mundo (não canso de repetir isso, porque é bom pontuar em que patamar ela está no cenário internacional hoje) e que coloca o Dream na segunda posição do Leste neste momento (14-9, um jogo atrás do Chicago Sky).

Com 12,5 pontos, 9,5 rebotes (a terceira da liga no fundamento), 1,7 toco e incríveis 56,6% nos arremessos (e nem falo aqui de sua estupenda atitude defensiva, um de seus grandes pontos fortes), a brasileira teve 16 pontos, 16 rebotes, quatro assistências, dois tocos e três roubos contra o fortíssimo Lynx nesta terça-feira diante de quase 5 mil torcedores na Philips Arena. Na sexta-feira passada, outra atuação monstruosa contra o Connecticut Sun, da badalada Tina Charles (18 pontos, 15 rebotes, cinco tocos, três assistências e três roubos).

Seus números na temporada falam por si, mas a confiança que o técnico Fred Williams parece ter em Érika por ter segurado o rojão de comandar o garrafão sem Sancho Lyttle é imensa também (principalmente na defesa, onde ela literalmente é a chave-mestra da terceira menos vazada da liga). Desde o começo de julho, a pivô entrou 13 vezes em quadra, tendo feito 12 ou mais pontos em 11 ocasiões (isso com média de 9,6 arremessos por jogo) e atingido o duplo-duplo com rebotes em nove destas 13 partidas. Ao todo, ela tem 19,6 de eficiência (a sexta melhor no quesito) em uma temporada absurdamente excelente.

Fica difícil imaginar que ela consiga atuar pela seleção brasileira na Copa América do México que começa em 21 de setembro (a temporada regular da WNBA termina em 15 de setembro, com playoffs logo na sequência e o Atlanta sabe da importância dela na pós-temporada), mas independente disso é bacana demais ver que Érika se firma cada dia mais como uma das melhores jogadoras do mundo.

Reconhecida por torcida, time e mídia dos Estados Unidos, aos 31 anos ela vive seu auge físico e técnico. Se não der pra aproveitá-la neste momento na seleção de Zanon, que o Brasil aplauda a fase de Érika de longe e reverencie quem ainda mantém o nome do basquete feminino do país em alta no exterior, dando-lhe condições de brilhar no Mundial de 2014 e na Olimpíada de 2016.

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