Após dispensa de Warriors, a hora de Scott Machado repensar suas escolhas
Não dá pra dizer que não era esperado. Ontem o Golden State Warriors anunciou que Scott Machado não faz mais parte de seus planos para a próxima temporada. Cortou o jogador de seu elenco antes mesmo da pré-temporada. O armador brasileiro chegou a colocar em seu Twitter o seguinte: "Sabia que estava pra acontecer. A montanha-russa não parou ainda".
E é bem por aí mesmo. A carreira de qualquer jogador de basquete é uma montanha-russa, pra usar um termo que Scott usou, danada, e ele parece ciente disso. Mas "só" isso não basta.
Falar de longe é complicadíssimo, obviamente, mas nas poucas vezes que conversei com Scott ele sempre colocou como prioridade absoluta em sua vida jogar na NBA. É até meio óbvio, né: sua família vive nos Estados Unidos, ele foi criado lá e é a melhor liga do mundo.
De todo modo, está claro que Scott Machado não tem tido muito sucesso por lá e que sua fixação pode estar impedindo uma visão diferente pra sua carreira (a NBA não é o único lugar do mundo em que se joga basquete de ponta, sabemos disso). Na temporada passada não foi selecionado no Draft, esteve com o Houston, foi cortada, foi pra Golden State, jogou pouco, esteve na Liga de Verão recente e agora teve seu contrato rescindido com o Golden State Warriors.
Por isso, ao menos pra mim, fica a pergunta: por que diabos o armador não vai tentar sua vida jogando em outras bandas? Seria bacana demais tê-lo aqui no NBB, onde corre-se muito e pensa-se pouco em quadra, mas sinceramente seu jogo cerebral combina bastante com a Europa. Indo pra lá, em um time de ponta, poderia ser uma forma de atrair mais atenção dos times da NBA do que ralar e rodar pela D-League como muitos fazem há anos – e sem recompensa alguma nos anos seguintes.
Quem sabe pegar um clube grande no velho mundo, que lhe dê espaço, tempo de quadra e confiança (escassos na última temporada) pode fazer com que Scott Machado tenha uma chance verdadeira no melhor basquete do mundo. A máxima do "dar um passo atrás pra, depois, dar dois pra frente" vale muito por aqui. Dar murro em ponta de faca e ficar pulando de galho em galho com contratos não garantidos e "esquenta-banco" apenas pra ter o carimbo "ah, eu jogo na NBA" não faz muito sentido – e é muito pouco pra alguém do seu talento.
Pode ser um bom momento pra ele rever seus conceitos, repensar suas escolhas e se fortalecer neste difícil momento.
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