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Bala na Cesta

Brasil perde da Rússia de novo e termina Mundial Sub-19 em décimo lugar na competição

Fábio Balassiano

06/07/2013 08h44

Acabou agora há pouco a história do Brasil no Mundial Sub-19 de Praga, na República Tcheca. O time de Demétrius perdeu de novo (na terça-feira já havia jogado, e perdido de 82-78 na prorrogação, lembram?) para a Rússia , desta vez por 60-53, e terminou a competição na décima colocação com um retrospecto total de três vitórias (China, Irã e Senegal) e cinco derrotas (russos duas vezes, Sérvia, Estados Unidos e Austrália). Neste sábado serão disputadas as semifinais entre Austrália x Sérvia e EUA x Lituânia.

Sempre faço o alerta de que é difícil analisar em cima de números, sem ver nada, mas fiquemos atentos a um dado interessante. No jogo de hoje, o armador Deryk Ramos (foto), com 20, foi o ÚNICO a superar a barreira dos cinco pontos. É isso mesmo. Na seleção brasileira, os outros dez jogadores que entraram em quadra (Humberto não jogou) não conseguiram marcar mais que duas cestas de quadra. Além disso, o aproveitamento de três pontos seguiu pavoroso (5/24) e houve muito mais desperdícios de bola (18) do que assistências (8).

No total da competição, aliás, o Brasil teve a média de 18,1 erros/jogo (19,4% dos ataques terminaram em desperdícios de bola, quarto pior índice de toda competição), e de apenas 10,7 assistências por partida (o índice assistência/erro ficou em 0,59, portanto, na frente apenas de Irã, Senegal e Costa do Marfim). Nas bolas de dois pontos (44,1/jogo), 43,1% (47,5% dos ataques terminaram com chutes assim). Nas bolas longas (20,3/jogo – insisto que o VOLUME não foi tão alto assim – o décimo maior da competição), 23,9% de aproveitamento (22,1% dos ataques terminaram com chutes de fora – e chutes erráticos, pelo que se vê). Ou seja: 41,4% dos movimentos ofensivos do Brasil terminaram ou sem arremesso ao cesto ou chutes de três, num aproveitamento combinado de 12,6% (bolas de três convertidas dividido por soma de ataques com erro + ataques com bola de três tentadas).

Na história dos Mundiais da categoria, esta é a pior posição do país nas competições que participou. Em 1999, o Brasil foi oitavo (Eduardo Zanolli era o técnico). Em 2003 e 2009 não participou. Em 2007, quarto lugar (Neto). Em 2011, nono (Neto). Agora, décimo com o técnico Demétrius e uma geração de atletas muito, muito bons (falarei com o treinador assim que ele retornar de viagem).

O triste não é o desempenho em si, mas saber que nada vai acontecer com o basquete nacional. Como se vê por aqui, a Confederação está totalmente sem fôlego financeiro. E como ideias para mudar o panorama da modalidade nunca foram a praia da CBB, a tendência, desculpe dizer, é ou ficar mais do mesmo ou piorar. Que pena.

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