Decepcionante, Brasil perde de 28 da Austrália e se complica pra 2a fase do Mundial Sub19
Confesso que estou decepcionado, bem decepcionado com a seleção brasileira masculina que está disputando o Mundial Sub-19 em Praga, na República Tcheca. Depois de uma ótima fase de preparação, com mais de dois meses de trabalho, amistosos e tempo para treinar o que bem entendesse, o técnico Demétrius afirmou que o objetivo era ficar entre os quatro da competição. E eu também acreditava nisso pelo potencial técnico e físico do time.
Aí vieram os jogos. Na quinta-feira, derrota esperada para a favorita Sérvia na estreia por 65-50. Ontem, vitória fácil e óbvia contra Senegal (72-56, com um pingo de sofrimento no primeiro tempo, diga-se de passagem). E hoje, contra a Austrália, em jogo que valia o segundo lugar da chave C, revés por surreais 73-45 (sim, foram 28 pontos de diferença para um time que não estava tão cotado assim – e apanhou da Sérvia por 21…). Ah, neste sábado foram inacreditáveis 16 pontos nos 20 primeiros minutos de jogo (surreal!).
Agora o Brasil, com uma vitória e duas derrotas, vai para a segunda fase junto com sérvios (3-0) e australianos (2-1), e enfrentará os três melhores do grupo D – Rússia, Estados Unidos e China (chineses devem avançar com dois triunfos, pois enfrentam a Costa do Marfim logo mais). Neste novo grupo, formado pelos seis times citados, os quatro de melhor campanha avançam para as quartas-de-final (aqui o sistema de competição completo). Está bem claro que, se quiser ir longe, os brasileiros precisarão vencer russos e chineses, né.
O que mais me preocupa, e sempre digo que ninguém está vendo os jogos (ninguém está transmitindo e nem pelos links mágicos da internet tem sido possível ver), é o fraco desempenho do time de Demétrius (bem fraca a performance, aliás). No jogo de hoje, contra a Austrália, NENHUM jogador passou dos oito pontos e de novo o vício dos três pontos foi visto (foram 17 tentativas e apenas três acertos). Com isso, o ataque não flui (o Brasil termina a primeira fase com a terceira pior média de pontos, com 55,7 pontos, na frente apenas de Senegal e Costa do Marfim), a pontaria está errática pra caramba (31,2% nos chutes, terceiro pior desempenho) e de fora os erros são inacreditáveis (12/67 na primeira fase, ou 17,9%).
De novo: se não dá pra analisar o porquê de isso estar acontecendo (embora a gente saiba que este vício dos três pontos pareça eterno e incorrigível – infelizmente), ao menos preocupa essa insistência por tiros que não têm decididamente caído (ontem contra o Senegal, o Brasil chutou 3/17 no primeiro tempo e perdeu – no segundo, apenas duas tentativas e atropelou os africanos). Em média, são 22 bolas de três por partida até agora, e apenas quatro conversões por jogo. Não é muito, mas é insistente em algo que não tem dado certo. Nada animador, certo?
É com este cenário que o Brasil vai para a segunda fase. Precisará vencer China e Rússia para avançar às quartas-de-final caso não queira voltar pra casa precocemente. Torço, sinceramente, para melhorar, mudar o panorama, mas está difícil, ao menos pelo que se tem visto nas frias estatísticas, crer no contrário.
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