Em Draft 'maluco', Brasil repete 2004 e vê dois jogadores na NBA - Lucas Bebê e Raulzinho
Foi uma noite maluca, doida mesmo (a primeira escolha, do Cleveland, no ala Anthony Bennett, quase ninguém cravava). Tão doida que David Stern, o comissário-geral da NBA que estava em seu último Draft, teve que pedir uma trégua nas vaias para o público que foi ao ginásio do Brooklyn Nets. No Twitter e Facebook, notícias pulavam com uma agilidade fascinante – e de enlouquecer ao mesmo tempo.
Era um time que selecionava – e dois minutos depois trocava. Era um time que havia recebido um direito de escolher após uma negociação escolher – para no ato seguinte fazer uma nova transferência. Para saber tudo, tudo, tudo mesmo só sendo o Adrian Woj (mito do Yahoo americano) ou entrando no site da NBA (aqui o link).
Para nós, brasileiros, o que vale mesmo é que depois de nove anos o país viu duas de suas revelações serem escolhidas no concorrido processo de escolha da melhor liga de basquete do mundo – igualando o recorde do país. No dia 24 de junho de 2004, Rafael Araújo (8), o Baby, e Anderson Varejão (31) foram recrutados no Madison Square Garden.
Ontem foi uma noite feliz para Lucas Bebê, que subiu ao palco com o boné do Boston Celtics mas irá defender o Atlanta Hawks em uma negociação que envolveu Boston e Dallas (leia mais aqui). Lucas, aliás, fez grande sucesso na internet devido ao seu cabelo no melhor estilo black-power. Na Geórgia, o pivô de São Gonçalo formado no Central há menos de seis anos (que glória pro clube, hein!), irá encontrar uma de suas amigas e mentoras – a também pivô Érika de Souza, que defende com brilhantismo o Atlanta Dream, da WNBA. O Atlanta passará por um processo de reestruturação (das feras, apenas Louis Williams e Al Horford permanecem sob contrato), e será comandado por Mike Budenholzer, ex-assistente do San Antonio Spurs e reconhecido como um dos melhores auxiliares da NBA. Ainda não se sabe como é a cláusula de rescisão de contrato dele com o Estudiantes (ele renovou contrato até 2015 no começo da semana) e nem quando ele irá fazer o salto para a liga norte-americana (seu salário, porém, será de no mínimo US$ 4,3 milhões por três anos, sendo o último ano uma opção do clube de renovar)
O outro brasileiro que foi chamado ao palco (desta vez por Adam Silver, que assumirá o lugar de Stern como comissário-geral da NBA no próximo ano) chama-se Raul Togni Neto, mas aqui só o conhecemos como Raulzinho. Formado no Minas Tênis Clube, o agora armador do Gipuzkoa Basket, da Liga ACB Espanhola, foi selecionado pelo Atlanta Hawks, mas logo trocado para o Utah Jazz, o que acabou sendo bom já que os Hawks escolheram um armador, o alemão Dennis Schroeder, na primeira rodada (aqui a notícia no site oficial da franquia). O time de Salt Lake City tem folha salarial vazia, nenhum armador já renovado e quem sabe Raulzinho já entra direto na NBA (sem ter que ficar outro ano na Europa – seu time caiu pra segunda divisão na Espanha, é bom lembrar).
A noite só não foi completamente feliz para o Brasil porque Augusto Lima e Alexandre Paranhos não foram selecionados. Os alas, agora, podem tentar o mesmo caminho de Scott Machado, armador que não foi escolhido na noite do Draft mas que conseguiu jogar a Summer League pelo Houston até conseguir contrato com o próprio time texano e logo depois com o Golden State Warriors (nem tudo está perdido, portanto).
Ficou muito feliz com as escolhas de Lucas e Raulzinho? Enlouqueceu na noite do Draft da NBA de ontem? Comente!
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