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Bala na Cesta

Titular, Ginóbili decide, Spurs vencem, abrem 3-2 e ficam a uma vitória do título da NBA

Fábio Balassiano

17/06/2013 00h01

Gregg Popovich costuma dizer uma frase simbólica mas muito verdadeira sobre seu time: "No Manu, No Ring". Em uma tradução livre, seria "Sem Manu, Sem Anel (de campeão). Pop fala, obviamente, da centelha de genialidade, do improviso, que só o argentino pode trazer neste elenco do San Antonio Spurs. E o hermano, como vocês sabem, não vinha jogando absolutamente nada nestas finais (7,5 pontos e 35% nos chutes). Aí o que o treinador mais rabugento da NBA fez?

Aproveitando-se da formação baixa trazida pelo Miami Heat no jogo 4, Pop tirou Tiago Splitter, mas não veio com Gary Neal, como na partida anterior. Formou o quinteto titular com Manu Ginóbili (foto à esquerda), em uma clara demonstração de confiança e de querer recuperar a auto-estima de sua estrela. E o argentino respondeu à altura em quadra.

Fez sete pontos só no primeiro período, incendiou time e torcida, manteve o ritmo até o final, terminou com 24 pontos (sua melhor pontuação da TEMPORADA) e dez assistências (seu recorde em playoff), viu Danny Green (foto à direita), com suas seis cestas de três pontos, entrar no livro dos recordes da NBA com o maior número de bolas de fora em uma série final da liga (25 até então),  e liderou sua equipe a uma confortável vitória por 114-104 (por incrível que pareça, mais uma vez tivemos uma peleja não tão disputada assim nesta final – com exceção do jogo 1, nenhum duelo foi equilibrado até o fim). Com o resultado, os Spurs, que tiveram todos os titulares com 16 ou mais pontos, abrem 3-2 na finalíssima e estão a apenas uma vitória do quinto título da franquia. Aqui cabe um detalhe: na pós-temporadas, os texanos ainda não perderam duas seguidas, e se mantiverem isso serão campeões.

Pelo lado do Miami, o time defendeu muito mal (não sei se estavam preparados para uma versão tão Manu do Manu assim), e no ataque foi completamente dependente do seu trio – Bosh+Wade+LeBron marcaram 66 dos 104 (63%) do time nesta noite. E o que é incrível: mais uma vez Mike Miller, que vinha tão bem do banco e foi o responsável pela mudança das formações táticas dos dois times (que passaram a adotar o small-ball sem o menor pudor), não fez nenhum ponto (nos 17 minutos em que esteve em quadra, errou seu único arremesso e saiu zerado – prova que no basquete o treinador tem influência com uma mexida independente de o atleta que entra, ou sai, ter ótimo desempenho).

Os dois próximos jogos (terça-feira e quinta-feira às 22h), porém, serão na Flórida, e mesmo não tendo jogado nada neste domingo o Miami ainda tem o mando de quadra e ótimas chances de conquistar o bicampeonato (de todo modo, é bom lembrar que o Miami Heat estará na mesmíssima situação de dois anos atrás, quando foi para South Beach com 2-3 do Texas, perdeu o jogo 6 em casa e viu o Dallas Mavericks conquistar o título na American Airlines Arena). A grande notícia para o San Antonio, porém, é que o time não ganhou "só" o jogo desta noite – o time recuperou o cara mais criativo da equipe. E isso pode render frutos nos dois jogos que restam na decisão da NBA.

Viu o jogo? Curtiu? Que atuação do Ginóbili, hein! Comente!

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